Lula celebra a derrota dos nazistas na Segunda Guerra e é atacado pelo Globo
Ao invés de reconhecer gesto diplomático e histórico do presidente, jornal ataca Lula por manter tradição de defesa da paz e da soberania dos povos
247 – Em mais um exemplo de descolamento da realidade e uso político de questões internacionais, o jornal O Globo publicou nesta quarta-feira (1º) um editorial em que critica duramente a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante da guerra na Ucrânia. O ataque ocorre no momento em que Lula confirma sua presença nas comemorações pelos 80 anos da vitória sobre o nazismo, em Moscou — um evento histórico de caráter universal, que celebra a derrota de uma das ideologias mais genocidas da história.Ao contrário do que tenta insinuar o Globo, Lula não está tomando partido em um conflito bélico contemporâneo, mas sim reafirmando uma posição diplomática coerente: a defesa da paz, da soberania dos povos e do diálogo entre nações. Sua recusa em alinhar o Brasil automaticamente aos interesses geopolíticos de potências ocidentais, como os Estados Unidos, liderados por Donald Trump em seu segundo mandato, não representa incoerência, mas sim fidelidade à tradição diplomática brasileira de independência e não intervenção.
Lula já deixou claro em diversas ocasiões que o Brasil defende o fim imediato das hostilidades e negociações de paz entre Rússia e Ucrânia. “O Brasil continua teimando para que Ucrânia e Rússia se sentem à mesa de negociações”, disse o presidente recentemente em Roma. Ainda que sua postura não agrade ao governo ucraniano ou aos aliados da OTAN, ela é legítima, pacifista e alinhada aos interesses de um país que historicamente rejeita guerras e defende soluções diplomáticas.
A crítica do Globo a Lula ignora deliberadamente que o presidente brasileiro foi um dos poucos líderes globais a levantar a voz também contra os crimes de guerra cometidos por Israel contra civis palestinos na Faixa de Gaza — uma crise humanitária que muitos países preferem ignorar. O jornal, por sua vez, acusa o presidente de ser parcial, quando na verdade sua crítica é justamente ao desequilíbrio no tratamento dos dois conflitos por parte da comunidade internacional.
O mais preocupante é que o editorial tenta deslegitimar o gesto simbólico de Lula ao participar da celebração da vitória contra o nazismo, ao lado de outros líderes do Brics, como se esse ato representasse um apoio ao governo de Vladimir Putin. Trata-se de uma leitura tendenciosa e perigosa, que despreza o valor histórico dessa data e desrespeita a memória dos mais de 20 milhões de soviéticos que tombaram na Segunda Guerra Mundial para derrotar o regime nazista.
O Itamaraty, como instituição de Estado, mantém a tradição de equilibrar interesses e posições. Ao atacar a política externa atual por ela não seguir os ditames da OTAN, o Globo mostra mais uma vez sua tentativa de impor ao Brasil um alinhamento automático e acrítico ao eixo Washington-Bruxelas.
Em vez de ataques, o gesto de Lula deveria ser reconhecido como uma reafirmação do compromisso brasileiro com a paz, com a soberania dos povos e com a história da luta contra o fascismo. Ao participar das celebrações em Moscou, o presidente honra a memória dos que lutaram contra o nazismo e reafirma a posição do Brasil como uma potência pacífica e soberana, disposta a dialogar com todos os atores internacionais.
O editorial do Globo, ao tentar transformar essa postura em incoerência, revela mais sobre a linha editorial enviesada do jornal do que sobre a política externa brasileira. Lula, nesse caso, merece elogios — não ataques.
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