Noblat manda Bolsonaro ao inferno após ele expor suas vísceras para atrair compaixão
Ex-presidente divulga imagem da própria cirurgia e jornalista o acusa de manipular sofrimento para benefício político
247 - O jornalista Ricardo Noblat, em texto publicado no Metrópoles, se mostrou indignado com Jair Bolsonaro (PL). O motivo foi a divulgação, por Bolsonaro, de uma imagem de seu abdômen aberto, registrada durante a cirurgia de desobstrução intestinal à qual foi submetido há três semanas. Na legenda da foto, o ex-presidente alegou que pretendia mostrar "como estavam as alças intestinais após o o à cavidade abdominal e liberação parcial das aderências”.
Para Noblat, no entanto, a publicação não a de uma encenação com objetivos políticos. “Vá para o inferno, Bolsonaro. E não faça por lá o que fez por aqui”, disparou o jornalista, num artigo contundente em que acusa o ex-presidente de tentar despertar compaixão por meio da exposição grotesca.
"A exposição da desgraça para despertar piedade" - No texto, Noblat acusa Bolsonaro de usar a dor e a doença como forma de enganar seguidores e se apresentar como mártir. “A exposição da desgraça para despertar piedade, martirizar-se e enganar os trouxas”, escreveu. E vai além, chamando Bolsonaro de “repulsivo”, “nojento” e “sem escrúpulos”.
O jornalista relembra ainda o histórico político de Bolsonaro, ressaltando que ele “associou-se a um vírus que matou mais de 600 mil pessoas” e tentou “dar um golpe de Estado para abolir a democracia restaurada há apenas 40 anos”.
Sem anistia, sem piedade - Na crítica, Noblat também contesta o apelo do ex-presidente por uma “anistia ampla, geral e irrestrita”, que supostamente não seria para ele, mas para os que, segundo sua versão, foram “usados pela esquerda” nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Noblat rejeita essa narrativa: “como inocentes? Todos bolsonaristas, eles estavam acampados à porta do QG do Exército. Clamavam por um golpe militar. Dali saíram para tomar de assalto as sedes dos três poderes da República".
"Abusa da sorte" - No mesmo artigo, o jornalista destaca que Bolsonaro já ou por seis cirurgias, todas utilizadas politicamente para reforçar uma imagem de resistência e invencibilidade. “As seis operações foram aproveitadas por Bolsonaro para construir a imagem de um homem sofrido, capaz de morrer pelo Brasil, mas que não morre porque é invencível, além de imbrochável”, ironizou.
A crítica termina com um recado direto, sem qualquer resquício de conciliação: “sem anistia para ele. Sem prisão domiciliar, muito menos à beira-mar, como a de Fernando Collor. Que vá para o inferno. E que não demore muito a ir".
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