window.dataLayer = window.dataLayer || []; window.dataLayer.push({ 'event': 'author_view', 'author': 'Redação Brasil 247', 'page_url': '/mundo/ainda-bem-que-existe-a-china-diz-lula' });
TV 247 logo
      HOME > Mundo

      “Ainda bem que existe a China”, diz Lula

      Presidente elogia o país asiático e critica a hostilidade ocidental à China: “não aceitamos a ideia de uma segunda Guerra Fria”

      Xi Jinping e Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
      Redação Brasil 247 avatar
      Conteúdo postado por:

      247 - Durante entrevista à revista norte-americana The New Yorker, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa da China como uma potência tecnológica indispensável em um mundo marcado por tensões geopolíticas crescentes. Em contraposição à retórica beligerante de países ocidentais, Lula exaltou o papel do gigante asiático no cenário global e criticou a tentativa dos Estados Unidos e da Europa de isolar Pequim. “Ainda bem que temos a China, que, do ponto de vista tecnológico, é muito avançada e pode competir no mundo da inteligência artificial, nos dando uma alternativa nesse debate”, afirmou.

      Na avaliação de Lula, a animosidade crescente do Ocidente em relação à China não se deve a preocupações com direitos humanos ou com a situação de Taiwan, mas sim ao temor de perder espaço comercial e influência política. “A China começou a produzir tudo que era feito nos EUA e na Europa. Não se encontrava uma calça, um sapato, uma camisa que não dissesse ‘Made in China’. Eles copiaram com muita habilidade e aprenderam a produzir tão bem ou melhor. Agora que os chineses ficaram competitivos, viraram inimigos do mundo”, declarou, em tom crítico.

      “A globalização foi ideia deles” - O presidente brasileiro lembrou que o modelo de globalização e livre comércio, agora rejeitado por países centrais, foi defendido por nomes como Ronald Reagan e Margaret Thatcher nos anos 1980. “Sou de uma geração que aprendeu que o melhor para o mundo era globalização e livre comércio. Produtos deviam circular livremente. O dinheiro devia circular livremente”, afirmou. Segundo ele, a China apenas seguiu essa lógica e obteve sucesso, o que agora incomoda as antigas potências econômicas.

      Lula alertou para os riscos de uma nova escalada geopolítica e rechaçou qualquer movimento que aproxime o mundo de uma nova confrontação global. “Não aceitamos a ideia de uma segunda Guerra Fria”, afirmou. “Aceitamos a ideia de que, quanto mais parecidos forem os países—tecnológica e militarmente—mais eles devem conversar, porque não sei se o planeta aguenta uma Terceira Guerra Mundial.”

      Multilateralismo como resposta - O presidente também reforçou a defesa do multilateralismo como saída para os conflitos internacionais e para os desafios globais como mudanças climáticas, segurança alimentar e desigualdade. “Temos que convencer o mundo de que não é possível acabar com o multilateralismo. O multilateralismo era uma forma de civilidade encontrada entre os Estados para coexistirem pacificamente, com regras que todos devem seguir”, declarou.

      Em sua visão, o cenário atual exige mais diálogo e menos hostilidade. Lula voltou a criticar os altos investimentos em armamentos diante da miséria global: “Ano ado, o mundo gastou US$ 2,4 trilhões em armas, enquanto 730 milhões de pessoas dormem toda noite sem saber se terão café da manhã. Isso deveria ser a principal preocupação da humanidade.”

      A entrevista concedida à The New Yorker expôs, mais uma vez, a visão de mundo de Lula, que aposta na cooperação entre diferentes polos de poder e recusa o discurso da supremacia ocidental. Em um momento em que a rivalidade entre Estados Unidos e China define os rumos da política internacional, o presidente brasileiro opta por um caminho diplomático e pragmático: “Precisamos construir um mundo onde as potências possam competir sem guerra, cooperando em temas como fome e mudanças climáticas”, concluiu.

      ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].

      ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

      Rumo ao tri: Brasil 247 concorre ao Prêmio iBest 2025 e jornalistas da equipe também disputam categorias

      Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

      Cortes 247

      Relacionados