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      Amazon cancela pedidos de fornecedores asiáticos após tarifas de Trump

      Decisão pode afetar 40% dos produtos vendidos no site da gigante do e-commerce

      Logo da Amazon perto de Paris, na França (Foto: REUTERS/Gonzalo Fuentes/Arquivo)
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      247 - A Amazon tomou a decisão de cancelar pedidos de diversos produtos fabricados na China e em outros países asiáticos, de acordo com um documento obtido pela Bloomberg. O movimento parece ser uma resposta estratégica da empresa às tarifas impostas pelo presidente Donald Trump, que anunciou em 2 de abril a ampliação das tarifas sobre mais de 180 países e territórios, incluindo China, Vietnã e Tailândia. Nesta terça, ima tarifa de 104% contra a China entrou em vigor.

      Os cancelamentos atingiram uma variedade de produtos, como cadeiras de praia, patinetes e condicionadores de ar, com a empresa interrompendo pedidos feitos a diversos fornecedores asiáticos. A decisão, tomada sem qualquer aviso prévio, gerou grande surpresa e preocupação entre os vendedores, que aram a suspeitar que os cortes estariam ligados diretamente às novas tarifas.

      A Amazon se recusou a comentar oficialmente sobre o ocorrido, mas, em seu relatório anual de fevereiro, já havia alertado sobre os riscos das disputas comerciais internacionais, destacando a dependência de fornecedores chineses para uma parte significativa de seus componentes e mercadorias acabadas. “Fornecedores baseados na China fornecem partes significativas dos nossos componentes e produtos acabados”, afirma o documento da empresa.

      Um dos fornecedores, que há mais de dez anos vende cadeiras de praia fabricadas na China para a Amazon, recebeu recentemente um e-mail informando que alguns pedidos de compra estavam sendo cancelados "por engano". O e-mail, que foi analisado pela Bloomberg, não mencionava as tarifas como razão para a medida. O fornecedor, que preferiu manter sua identidade em sigilo por medo de represálias, relatou que o pedido de 500 mil dólares foi cancelado depois que as cadeiras já haviam sido produzidas, forçando-o a arcar com os custos de produção e a buscar novos compradores.

      Em entrevista, Scott Miller, ex-gerente de fornecedores da Amazon e agora consultor de e-commerce, explicou que diversos de seus clientes também sofreram com o cancelamento de pedidos feitos para a gigante do e-commerce. "A Amazon realmente tem todas as cartas", afirmou Miller. "Os fornecedores agora têm poucas opções: ou vendem seus estoques em outros países com margens mais baixas, ou tentam negociar com outros varejistas."

      Os chamados "pedidos de importação direta" — em que a Amazon compra os produtos diretamente no país de origem e os importa para os Estados Unidos — são uma prática comum da empresa, que utiliza sua capacidade de comprar em grande volume para reduzir custos com transporte. No entanto, ao cancelar esses pedidos, a Amazon rea a responsabilidade pela tarifa de importação para os fornecedores, caso estes optem por importar os produtos de outras formas.

      Estima-se que cerca de 40% dos produtos vendidos no site da Amazon sejam comprados diretamente dos fornecedores. O restante das vendas é realizado por vendedores independentes que alugam espaço no marketplace da empresa, pagando comissões por vendas, logística e publicidade. O impacto das tarifas de Trump no comércio global tem gerado instabilidade nos mercados financeiros, com empresas ajustando seus preços e alimentando o temor de uma possível recessão.

      Em uma revisão de sua previsão de receita para 2025, a Robert W. Baird & Co. Inc. reduziu suas expectativas para a Amazon, citando os efeitos das tarifas comerciais. Até o momento, as ações da empresa caíram cerca de 21% neste ano, uma queda significativa em comparação com o desempenho de 15% de baixa do índice S&P 500.

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