Audiência de estudante palestino preso por governo Trump definirá seu futuro migratório em meio a repressão crescente nos EUA

247 - O estudante palestino Mahmoud Khalil, de 30 anos, compareceu nesta terça-feira (8) a uma audiência na Corte de Imigração de Jena, Louisiana, onde a juíza Jamee Comans determinou que o governo dos Estados Unidos apresente, em até 24 horas, evidências que justifiquem sua possível deportação. Ele voltará a ser julgado nesta sexta 

Khalil, residente permanente legal e ex-aluno da Universidade Columbia, foi detido em março por agentes do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE) em seu apartamento em Nova York. ​

A defesa de Khalil argumenta que sua detenção está relacionada à sua participação em protestos pró-Palestina no campus da Universidade Columbia em 2024. O governo Trump tem adotado medidas extremistas contra estudantes internacionais envolvidos em manifestações políticas, especialmente aquelas relacionadas ao conflito israelo-palestino. Em março, o Departamento de Estado revogou mais de 300 vistos de estudantes estrangeiros supostamente ligados a protestos pró-Palestina. ​

Além disso, a istração Trump implementou políticas que ampliam a vigilância sobre imigrantes, incluindo o monitoramento de atividades em redes sociais para identificar conteúdos considerados antissemitas. Essa iniciativa tem gerado preocupações entre defensores dos direitos civis, que veem a medida como uma ameaça à liberdade de expressão e um possível instrumento de censura política. ​

O caso de Mahmoud Khalil exemplifica a intensificação das políticas migratórias sob o atual governo, que tem utilizado leis antigas, como o Alien Enemies Act de 1798, para justificar deportações de indivíduos considerados ameaças à segurança nacional. Essas ações têm sido alvo de críticas e desafios legais por parte de organizações de direitos humanos e comunidades acadêmicas. ​

A decisão final sobre o status migratório de Khalil deverá ser tomada em uma nova audiência marcada para esta sexta-feira (11). Enquanto isso, ele permanece detido no Centro de Processamento do ICE na Louisiana, uma instalação que já foi alvo de denúncias relacionadas às condições de detenção e tratamento dos detidos. 

O desfecho deste caso é aguardado com atenção por defensores dos direitos dos imigrantes e ativistas, pois pode estabelecer precedentes significativos para o tratamento de estudantes internacionais e participantes de movimentos políticos nos Estados Unidos.​