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      Austrália rejeita proposta da China e se afasta de frente comum contra tarifaço de Trump

      Vice-premiê australiano reafirma alinhamento com países ocidentais e recusa articulação de Pequim para defender o multilateralismo comercial

      Richard Marles, vice-premiê e ministro da Defesa da Austrália (Foto: Reuters)
      José Reinaldo avatar
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      247 - Em mais um movimento que reafirma sua inserção no bloco liderado pelas potências ocidentais, a Austrália rejeitou uma proposta do governo chinês para construir uma frente comum em defesa do comércio multilateral diante da escalada protecionista dos Estados Unidos. A informação foi publicada pela agência Reuters nesta quinta-feira (10), com destaque para as declarações do vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa, Richard Marles.

      “Não vamos ficar de mãos dadas com a China em relação a nenhuma disputa que esteja acontecendo no mundo”, afirmou Marles à Sky News, numa resposta direta à iniciativa pública do embaixador chinês na Austrália, Xiao Qian, que havia sugerido cooperação entre os dois países para enfrentar a imposição de tarifas unilaterais por parte dos EUA.

      A proposta de Pequim foi tornada pública por Xiao em uma coluna no jornal The Age, onde ele afirmou que “a China está pronta para unir forças com a Austrália e a comunidade internacional para responder em conjunto às mudanças do mundo”. O apelo chinês surge em meio a uma nova rodada de medidas tarifárias anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que decidiu elevar de 104% para 125% as tarifas sobre produtos chineses, mesmo após sinalizar uma suspensão parcial para dezenas de outros países.

      Apesar de ter sido incluída em um nível mais baixo de taxação — 10% sobre suas exportações —, a Austrália, importante aliada militar dos EUA na região do Indo-Pacífico, optou por não retaliar. “Embora o imposto sobre a Austrália […] não tenha nenhuma base lógica, nosso governo não retaliará”, afirmou o primeiro-ministro Anthony Albanese.

      A recusa da Austrália a aderir a uma articulação com a China expõe o peso das alianças estratégicas que moldam o atual cenário de rivalidade entre Washington e Pequim. Mesmo com a China sendo o principal destino das exportações australianas — quase um terço do total —, a Austrália tem sinalizado um processo de diversificação de seus parceiros comerciais, mirando na União Europeia, Índia, Indonésia, Reino Unido e Oriente Médio. “Estamos perseguindo os interesses nacionais da Austrália e diversificando nosso comércio ao redor do mundo”, afirmou Marles.

      O tabuleiro global e o reposicionamento da Austrália

      A decisão australiana é mais um reflexo das profundas transformações em curso no sistema internacional. Desde a ascensão de Donald Trump, com sua doutrina unilateralista e suas ofensivas tarifárias, as estruturas multilaterais vêm sendo enfraquecidas. A China, ao buscar articulações com países do Sul Global e economias médias como a Austrália, tenta preservar o sistema de comércio baseado em regras que permitiu seu crescimento nas últimas décadas. 

      Mas a Austrália, ao reforçar seu vínculo com Washington e seus aliados ocidentais, como demonstrado com a aliança militar AUKUS (com Reino Unido e EUA), opta por uma postura que, embora garanta proteção estratégica, reduz sua autonomia nas decisões econômicas.

      No plano interno, o Banco Central da Austrália também manifestou preocupação com os impactos das novas tarifas dos EUA. Em comunicado, alertou que o aumento das incertezas e das barreiras comerciais pode prejudicar os investimentos privados e as decisões de consumo das famílias, enfraquecendo a recuperação econômica.

      A tensão comercial entre China e EUA, que se arrasta desde o primeiro mandato de Trump, tem se intensificado nos últimos meses, em um contexto pré-eleitoral norte-americano. Trump tem explorado uma retórica nacionalista e protecionista como plataforma política, mirando especialmente produtos de alta tecnologia e bens estratégicos oriundos da China.

      Com isso, países como a Austrália — que possuem laços comerciais com ambos os gigantes — se veem pressionados a escolher lados num conflito que ultraa a esfera econômica e adquire cada vez mais contornos geopolíticos.

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