Brasil entra pela primeira vez no topo de ranking de estrangeiros expulsos da França
Brasil é o 9º em deportações na França, com alta de 82,5% em 2024, segundo Ministério do Interior francês
247 - Pela primeira vez, o Brasil aparece entre as principais nacionalidades de estrangeiros expulsos da França, segundo dados divulgados nesta terça-feira (4) pelo Ministério do Interior francês. De acordo com reportagem da RFI, o número de brasileiros deportados subiu 82,5% em 2024, colocando o país na nona posição do ranking, atrás de nações como Argélia, Marrocos e Tunísia. As informações fazem parte de um relatório que analisa a situação migratória na França e sua evolução, com o objetivo de fornecer indicadores para o público e tomadores de decisão.
O documento revela que, em 2024, foram registradas 21.601 expulsões de estrangeiros em situação irregular, um aumento de 26,7% em relação ao ano anterior. Além dos brasileiros, outras nacionalidades também tiveram aumentos significativos, como marroquinos (+50,2%) e turcos (+131,3%). A única exceção foi a dos afegãos, que registraram uma queda de 22,5% no número de deportações.
A imigração continua sendo um tema sensível na França. No final de janeiro, o primeiro-ministro, François Bayrou, causou polêmica ao afirmar que o país estava próximo de um "sentimento de submersão em matéria de imigração", gerando críticas tanto da esquerda quanto de parte de seu próprio campo político.
Aumento de autorizações de residência e queda nos pedidos de asilo
Em 2024, a França concedeu 336.700 primeiros títulos de residência, um aumento de 1,8% em relação a 2023. Desse total, um terço foi destinado a estudantes (109.300), enquanto motivos familiares representaram um quarto das concessões (90.600). Os títulos por razões humanitárias tiveram um forte crescimento (+13,5%), totalizando 55.000 concessões, enquanto os motivos econômicos se mantiveram estáveis, com 55.600 autorizações.
As renovações de vistos também atingiram o nível mais alto desde 2020, com 880.000 documentos renovados. "Esse aumento se deve principalmente aos motivos econômicos (+10,5%) e aos títulos para estudantes (+5,7%)", explicou Guillaume Mordant, chefe do departamento estatístico da Direção Geral de Estrangeiros na França (DGEF).
No entanto, o número de pedidos de asilo caiu 5,5%, com 157.947 solicitações registradas. Segundo Mordant, essa queda está relacionada à redução de 45% nos chamados "pedidos de Dublin", feitos em outros países por onde os solicitantes aram inicialmente. "O número de pedidos de asilo está diminuindo em toda a União Europeia", destacou.
Retornos voluntários e regularizações
Em 2024, 6.908 auxílios para retorno voluntário foram concedidos pelo OFII (Escritório Francês de Imigração e Integração), um aumento de 2,6% em relação ao ano anterior. Brasileiros, turcos e georgianos estão entre as nacionalidades que mais se beneficiam desses programas.
Por outro lado, o número de regularizações de imigrantes em situação irregular caiu 10%, totalizando 31.250 casos. Essa é a primeira queda desde 2020, reflexo de uma política mais rígida implementada pelo ministro do Interior, Bruno Retailleau. "A regularização não é um direito", afirmou Retailleau ao justificar as mudanças.
O relatório também destacou que, em 31 de dezembro de 2024, havia 4,3 milhões de títulos de residência válidos na França, um aumento de 3,9% em relação ao ano anterior. Os países do Magrebe (norte da África) lideram as primeiras concessões, representando um quarto do total.
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