Brasileira apaixonada por música e direitos humanos está entre as vítimas do atropelamento em massa no Canadá

247 - A brasileira Kira Salim, de 34 anos, foi uma das 11 vítimas fatais de um atropelamento em massa ocorrido durante um festival de rua no último domingo (27), em Vancouver, no Canadá. As informações foram publicadas no portal g1, com base em relatos da família da vítima e de autoridades locais. Mais de 20 pessoas também ficaram feridas no ataque.

Nascida no Rio de Janeiro, filha de mãe argentina e pai gaúcho, Kira trilhou uma trajetória marcada pela dedicação à música, à educação e à defesa dos direitos humanos. Formada em música pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) em 2015, ela ampliou seus estudos na Espanha, onde concluiu o mestrado em Intervenção Psicológica no Desenvolvimento e Educação na Universidad Europea del Atlántico.

Em 2022, Kira mudou-se para o Canadá acompanhada do marido, de uma cachorrinha resgatada no Brasil e de cinco gatos. Desde 2024, ela trabalhava como conselheira escolar na Fraser River Middle School, na cidade de New Westminster, atuando especialmente no apoio a jovens e comunidades marginalizadas. Em suas redes sociais, Kira descrevia sua missão como “facilitar e orientar jovens e comunidades marginalizadas para prosperarem em suas vidas”.

Além da atuação como conselheira clínica registrada pela Associação de Conselheiros Clínicos da Colúmbia Britânica (BCACC), Kira também se dedicou ao ensino de música em escolas de ensino médio. Ela lecionava banda, coro e música geral, além de criar adaptações acadêmicas para estudantes neurodivergentes e com deficiências.

Sem filhos, Kira era uma ativa defensora dos direitos dos animais e das causas sociais, em especial dos direitos da comunidade LGBT, conforme relataram seus familiares.

O caso

O atropelamento aconteceu em um bairro da zona sul de Vancouver, durante um evento popular que reunia diversas famílias. Segundo a polícia local, o motorista preso foi identificado como Kai-Ji Adam Lo, de 30 anos. Ele foi formalmente acusado de homicídio. O chefe interino da polícia de Vancouver, Steve Rai, afirmou que o suspeito "agiu sozinho" e que "neste momento, estamos confiantes de que o incidente não foi um ato de terrorismo".

As autoridades informaram ainda que as vítimas tinham entre 5 e 65 anos de idade. O episódio gerou comoção em Vancouver, e uma série de homenagens foram realizadas às vítimas, entre elas Kira, cuja história de dedicação ao próximo deixa um legado de empatia e inspiração.