"BRICS é manifestação extremamente importante do multilateralismo", diz Mauro Vieira
"O BRICS é a favor da união dos países e da promoção do desenvolvimento do chamado Sul Global", disse o chanceler
247 - A reunião de ministros das Relações Exteriores do BRICS teve início nesta segunda-feira (28), no Rio de Janeiro, marcando um momento histórico para o bloco. Pela primeira vez desde sua expansão, o evento conta com a presença das representações dos 11 países-membros e seus países parceiros. O encontro ocorre no Palácio do Itamaraty, edifício histórico que foi sede da diplomacia brasileira por sete décadas.
Em entrevista ao BRICS Brasil, o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, destacou a relevância da reunião. "É a primeira reunião plenária que reúne todos os países-membros e parceiros. Isso por si só já desperta o interesse mundial. Inicialmente, eram cinco países, e agora, com os parceiros, são 20. Os países do BRICS representam quase metade da população mundial e 40% do PIB global, o que demonstra a importância desse grupo", afirmou o ministro.
Vieira reforçou que o BRICS não se posiciona contra nenhum outro país ou bloco, mas sim a favor da união e do desenvolvimento do Sul Global. "O BRICS não é contra ninguém, nem contra nenhum outro bloco, nem contra nenhum outro país. O BRICS é a favor da união dos países e da promoção do desenvolvimento do chamado Sul Global", afirmou, enfatizando a natureza cooperativa do bloco.
O ministro também destacou os frutos da presidência brasileira no G20 do ano ado, que permitiu alcançar consensos históricos em temas como a taxação de grandes fortunas, o combate à fome e à pobreza, e as ações climáticas. "O Brasil tem uma vocação clara para fortalecer o multilateralismo, que é um dos pilares da nossa política externa", afirmou, ressaltando a importância do Brasil no fortalecimento das relações internacionais.
Vieira também afirmou que a defesa do multilateralismo está diretamente ligada à preservação de organizações como a ONU e a OMC, mesmo reconhecendo a necessidade de reformas na governança global. "O Brasil tem o compromisso de fortalecer o multilateralismo, especialmente em um momento em que ele tem sido atacado por diversas frentes", explicou.
Sobre o comércio entre os países do BRICS, Vieira esclareceu a intenção de qualificar os acordos comerciais utilizando moedas locais, sem a criação de uma nova moeda. "Não há planos para substituir ou criar novas moedas. A proposta é utilizar moedas locais para transações, com o objetivo de reduzir custos, como já acontece na ALADI", afirmou o ministro.
O Embaixador Mauro Vieira também fez questão de destacar que, em momentos anteriores, representantes do Brasil no BRICS, como o sherpa brasileiro, Embaixador Mauricio Lyrio, e o assessor-chefe do presidente, Embaixador Celso Amorim, sempre reforçaram que o grupo não adota uma postura antiocidental. Pelo contrário, o BRICS busca ser um ator colaborativo no cenário internacional, fortalecendo o multilateralismo e a cooperação entre nações.
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