Chanceler chinês reafirma amizade "inabalável" com Rússia em meio a reconfiguração geopolítica
Declaração ocorre em um momento em que analistas apontam uma reaproximação entre Moscou e Washington, sob a istração de Donald Trump
Por Guilherme Paladino, de Pequim, para o 247 - Em meio a um cenário de reconfiguração das alianças internacionais, o chanceler chinês Wang Yi assegurou nesta sexta-feira (7), em coletiva de imprensa realizada em Pequim, que a amizade entre China e Rússia permanecerá inabalável, independentemente das pressões externas e das mudanças na paisagem geopolítica. A declaração ocorre em um momento em que analistas apontam uma reaproximação entre Moscou e Washington, sob a istração de Donald Trump, e a intensificação das negociações diretas dos EUA com a Rússia para resolver a guerra na Ucrânia.
"Independentemente de como a paisagem evolua, a amizade histórica entre China e Rússia não diminuirá", declarou Wang Yi. O chanceler destacou que Pequim e Moscou estabeleceram uma relação de cooperação mútua e benéfica, baseada nos princípios de "não aliança, não confrontação e não direcionamento contra terceiros". Segundo ele, essa base de relacionamento confirma uma tendência consolidada nos últimos anos e não será alterada por eventuais mudanças na conjuntura internacional.
As palavras de Wang Yi reforçam a linha adotada pelo presidente Xi Jinping, que recentemente se reuniu com Sergei Shoigu, secretário do Conselho de Segurança da Federação Russa, para discutir o aprofundamento da cooperação estratégica bilateral. Xi enfatizou que os laços entre os dois países atingiram um patamar inédito e destacou a importância da coordenação em organismos como o BRICS e a Organização de Cooperação de Xangai (OCX), bem como no fortalecimento da unidade do Sul Global.

O chanceler chinês também ressaltou o significado histórico da relação sino-russa, mencionando que 2024 marcou os 75 anos do estabelecimento de laços diplomáticos entre os dois países, período em que Xi Jinping e Vladimir Putin realizaram três encontros presenciais. Este ano, as nações celebrarão juntas o 80º aniversário da vitória na Segunda Guerra Mundial e da fundação das Nações Unidas.
Ao mencionar a luta conjunta contra o fascismo, Wang Yi reforçou que China e Rússia "farão todos os esforços para defender o multilateralismo baseado no sistema da ONU", em uma resposta às tentativas ocidentais de reformular a ordem global.
A declaração do chanceler surge em um contexto de especulações sobre uma estratégia dos EUA para afastar Moscou de Pequim, aproveitando a guerra na Ucrânia como uma oportunidade para redesenhar suas relações com a Rússia. No entanto, tanto Wang Yi quanto Shoigu, em sua recente visita à China, insistiram que os laços entre China e Rússia "não têm como alvo qualquer terceiro país" e seguem pautados pelo interesse comum de estabilidade e cooperação global.
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