Egito faz campanha contra plano de expulsão de palestinos de Gaza

Prensa Latina - O ministro das Relações Exteriores egípcio, Badr Abdelatty, conversou na sexta-feira (7) hoje por telefone com vários de seus colegas de países árabes para coordenar a posição regional contra o deslocamento da população de Gaza, proposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Abdelatty manteve conversas com seus colegas dos Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã, Bahrein, Jordânia, Iraque, Argélia, Tunísia, Mauritânia e Sudão, disse o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado.

Segundo a declaração, os países árabes reafirmaram seu apoio ao povo palestino e sua total rejeição à expulsão de palestinos dos territórios ocupados durante as negociações.

Os ministros ressaltaram "a firmeza da posição árabe sobre a questão palestina, que rejeita qualquer medida que vise deslocar o povo palestino de suas terras ou encorajar sua realocação para outros países fora dos territórios palestinos", destacou o texto.

Tais ideias constituem uma violação flagrante do direito internacional, infringem os direitos dos palestinos e ameaçam a segurança e a estabilidade da região, enfatizaram, de acordo com o documento.

Eles também pediram a criação de um estado palestino, com as fronteiras de 1967 e Jerusalém Oriental como sua capital.

As negociações refletiram um compromisso árabe compartilhado de buscar uma solução política justa e duradoura para a causa palestina, disse o comunicado.

Durante as ligações, Abdelatty destacou os esforços do Cairo para manter o acordo de cessar-fogo de Gaza, garantir a implementação total de seu cronograma de três fases e acelerar a entrega de ajuda humanitária.

Ele também reafirmou o compromisso do Egito com os esforços de reconstrução do enclave costeiro, devastado pelos ataques israelenses, que começaram em outubro de 2023, após uma operação do Movimento de Resistência Islâmica contra aquele país.

Fontes diplomáticas revelaram que nos últimos dias se intensificaram os contatos para realizar uma cúpula árabe extraordinária nesta capital para "rejeitar os planos de deslocamento de palestinos".

O plano de Trump desencadeou uma onda de críticas na região, tanto no nível governamental quanto nas ruas árabes, onde as pessoas questionam o apoio total de Washington às políticas expansionistas e agressivas de Israel.