EUA anunciam sanções a agentes estrangeiros por suposta "censura" contra americanos
Decisão do governo Trump mira quem "minar direitos dos americanos". Diplomatas veem risco de a medida ser usada contra Alexandre de Moraes
247 - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou uma nova diretriz de política externa que impõe restrições de vistos a autoridades estrangeiras envolvidas, segundo a acusação americana, em ações de suposta "censura" contra cidadãos ou empresas dos EUA.
“Durante demasiado tempo, os americanos foram multados, assediados e até acusados por autoridades estrangeiras por exercerem os seus direitos de liberdade de expressão”, afirmou Rubio nesta quarta-feira (28), de acordo com a coluna do jornalista Jamil Chade, do UOL. O republicano não citou nomes, mas fontes diplomáticas indicam que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pode ser um dos atingidos pela medida.
Segundo o anúncio, “uma nova política de restrição de vistos se aplicará a funcionários estrangeiros e a pessoas que sejam cúmplices da censura aos americanos. A liberdade de expressão é essencial para o modo de vida americano – um direito inato sobre o qual os governos estrangeiros não têm autoridade”.
Ainda conforme a reportagem, Rubio foi ainda mais direto ao destacar que “os estrangeiros que trabalham para minar os direitos dos americanos não devem ter o privilégio de viajar para o nosso país”. “Seja na América Latina, na Europa ou em qualquer outro lugar, os dias de tratamento ivo para aqueles que trabalham para minar os direitos dos americanos acabaram”, completou.
Diante da possibilidade de a medida impactar diretamente o ministro Alexandre de Moraes, o governo brasileiro já articula uma resposta política. Embora não haja planos para retaliações formais ou sanções, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prepara uma manifestação institucional que deve classificar qualquer sanção contra o ministro do STF como uma “ingerência inissível” nos assuntos internos do Brasil.
Moraes tem sido um dos principais alvos de críticas da extrema direita brasileira e de aliados de Donald Trump, em razão de suas decisões envolvendo a regulação das redes sociais, o julgamento da tentativa de golpe de Estado envolvendo Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, além do combate à desinformação.
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