Exército do Paquistão fala em 26 mortos e 46 feridos após ataques da Índia

Reuters - Moradores de Muzaffarabad, capital da Caxemira istrada pelo Paquistão, afirmaram que deixaram suas casas e correram para as colinas ao redor quando a Índia lançou ataques aéreos na madrugada de quarta-feira em uma parte da cidade.

Segundo relatos, alto-falantes das mesquitas alertaram as pessoas para procurarem abrigo enquanto o chão tremia repetidamente e sons de explosões ecoavam.

“Saímos de casa”, disse Muhammad Shair Mir, de 46 anos, ao descrever os acontecimentos da noite. “Então aconteceu outra explosão. A casa inteira tremeu. Todos ficaram com medo, evacuamos, pegamos nossos filhos e subimos (a colina).”

Muitas pessoas se reuniram após o amanhecer perto de uma mesquita que foi atingida nos ataques, com o telhado destruído e o minarete derrubado. As forças de segurança isolaram a área.

O comissário distrital, uma autoridade local de alto escalão, disse que três pessoas morreram próximas à mesquita desabada. No total, o exército do Paquistão informou que 26 pessoas morreram e 46 ficaram feridas nos ataques indianos em diversas regiões do Paquistão e da Caxemira paquistanesa.

A Índia iniciou os ataques na madrugada de quarta-feira, alegando ter como alvo “campos terroristas” usados como centros de recrutamento, bases de lançamento e locais de doutrinação, além de abrigarem armamentos e centros de treinamento.

O Paquistão classificou a ação como “um ato flagrante de guerra”, à medida que as tensões aumentaram entre os rivais com armas nucleares após um ataque mortal de militantes islâmicos contra turistas na Caxemira indiana. O governo paquistanês afirmou que nenhuma das áreas atacadas era um campo militante.

Autoridades distritais disseram que, na Linha de Controle que divide a Caxemira paquistanesa da indiana, os disparos de morteiros e armas leves entre os dois exércitos continuaram durante a manhã, causando a morte de pelo menos seis civis do lado paquistanês.

A polícia da Caxemira indiana informou que pelo menos 10 pessoas morreram e cerca de 50 ficaram feridas na região.

Em Muzaffarabad, os hospitais estavam funcionando e alguns pequenos comércios abriram pela manhã, mas as escolas permaneceram fechadas e as provas foram canceladas, segundo autoridades locais.

Shair Mir contou que ele e sua família aram quatro horas ao ar livre. Alguns vizinhos foram hospitalizados com ferimentos, e o restante estava abalado, relatou.

“Isso é errado... pobres pessoas inocentes, nossas pobres mães estão doentes, nossas irmãs estão doentes... nossas casas estremeceram, nossas paredes estão rachadas”, lamentou.