Gaza está à beira do colapso devido ao bloqueio e à agressão de Israel, alerta a Cruz Vermelha

247 - O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) alertou que Gaza está agora à beira do colapso total devido ao bloqueio e aos ataques sistemáticos israelenses, que causaram mais de 53.000 mortes desde outubro de 2023.

"Estamos alertando há semanas sobre as consequências de chegar a esse estágio", alertou o porta-voz do CICV em Gaza, Hisham Muhanna, em um comunicado. Estamos monitorando de perto o mecanismo de entrega de ajuda humanitária ao território, conforme anunciado pelas autoridades daquele país, enfatizou.

Muhanna alertou que a falta de ajuda humanitária agravou a crise, principalmente com a retomada e o aumento das operações militares em Gaza, lar de mais de dois milhões de pessoas.

Acolhemos qualquer esforço que possa pôr fim à crise humanitária em Gaza, observou ele.

Ele acrescentou que qualquer benefício desse tipo deve ser totalmente consistente com os princípios humanitários que garantem a não discriminação entre aqueles que o merecem, referindo-se ao plano proposto pelos Estados Unidos e Israel.

Nesse sentido, ele enfatizou que, desde o início do atual ciclo de violência, houve mecanismos pelos quais os atores humanitários, incluindo o CICV, trabalharam para ajudar os moradores de Gaza.

Como potência ocupante, Israel tem total responsabilidade, sob o direito internacional humanitário, de garantir as necessidades básicas de toda a população de Gaza, ele lembrou.

"É inaceitável politizar a ajuda humanitária ou usá-la como forma de pressão política ou militar", denunciou.

O porta-voz observou que eles estão em contato com ambos os lados desde o início do conflito para chegar a um acordo que vise aliviar a crise humanitária no país.

Ele também criticou o alto número de civis mortos e feridos no ataque, bem como as ordens de evacuação em massa emitidas pelo exército de Israel e insistiu que as obrigações do direito internacional são claras ao exigir a proteção de civis, incluindo pessoal médico, doentes, feridos e equipes de ambulância.

"Os civis na Faixa de Gaza estão sofrendo de insegurança alimentar e enfrentam dificuldades diárias para obter até mesmo a quantidade mínima de alimentos, além do aumento exponencial dos preços", lamentou.