Goiana morta no Japão elogiou segurança do país um dia antes de morrer

247 - A jovem goiana Amanda Borges da Silva, de 30 anos, foi encontrada morta em um apartamento na cidade de Narita, no Japão, na madrugada da última quinta-feira (1º). Um dia antes de morrer, Amanda havia publicado nas redes sociais um relato emocionado sobre a segurança no país, após recuperar uma mochila com dinheiro e aporte esquecida em um trem. A informação foi divulgada pelo g1.

“Gente, o Japão é muito seguro. Sério, fiquei impressionada. Que país que você vai perder a sua mochila com dinheiro e eles vão te devolver ela intacta? Aqui é incrível, por isso quero mudar pra cá”, escreveu ela em um story no Instagram.

Amanda morava em São Paulo e estava fora do Brasil desde março. Ela era mestre em linguística pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e atuava como pesquisadora. A jovem estava em viagem pela Ásia e havia ado pela Coreia do Sul antes de seguir para o Japão, onde dividia registros de eios e experiências culturais com os seguidores nas redes sociais.

De acordo com James Fernandes, amigo de Amanda, ela deveria ter embarcado de volta ao Brasil poucas horas antes de ser encontrada morta. Segundo a emissora japonesa NHK, o apartamento onde a brasileira estava teria pegado fogo, e um homem do Sri Lanka foi preso sob suspeita de ter deixado o local sem apagar o incêndio. A causa exata da morte, no entanto, ainda não foi confirmada pelas autoridades brasileiras.

O Ministério das Relações Exteriores informou, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Tóquio, que acompanha o caso, prestando assistência consular à família da vítima e mantendo contato com as autoridades locais.

A mãe da jovem, Valdeina Borges, contou em entrevista à TV Anhanguera que havia conversado com Amanda no dia anterior ao ocorrido, quando ela relatou o episódio da mochila perdida e se mostrou encantada com a honestidade e organização dos japoneses.

"A gente conversou, ela falou do susto, mas também de como estava irada com o país. Ela estava feliz, dizia que queria morar lá", contou Valdeina. A mãe também revelou que Amanda pretendia voltar para a cidade natal, Caldazinha, na Região Metropolitana de Goiânia, no final de maio, após o Dia das Mães.

“Ia reunir com a família toda, gostava de fazer churrasco. Ela falou que no Dia das Mães não dava pra vir, mas que dia 20 ela viria, mas não deu certo”, lamentou.

Eunice Borges Bezerra, tia da jovem, também falou à emissora goiana e destacou a personalidade da sobrinha: “Muito estudiosa mesmo, inteligente. Uma moça maravilhosa. Vai fazer muita falta para todos nós”.

A morte de Amanda causou grande comoção nas redes sociais. Amigos e familiares deixaram mensagens emocionadas em seu perfil. “Ainda sem acreditar nisso tudo! Amiga, o que consola, é que ao menos vc estava vivendo um sonho... Que Deus te receba de braços abertos e que conforte toda a sua família!”, escreveu uma amiga.

Além de seu amor pela língua e pela pesquisa, Amanda era apaixonada por Fórmula 1 e realizou o sonho de acompanhar o Grande Prêmio do Japão no dia 6 de abril. Ela também visitou o parque temático Disney Sea e diversos templos tradicionais. Ao ser questionada no Instagram sobre o que mais a encantou no Japão, ela respondeu: a organização e o respeito das pessoas.