Governo dos EUA afirma que acordo de minerais com a Ucrânia não tem relação com negociações de paz

247 - Ucrânia e Estados Unidos firmaram um memorando de intenções visando um acordo sobre minerais estratégicos nesta quinta-feira (17), conforme anunciado por Yulia Svyrydenko, primeira vice-primeira-ministra e ministra da Economia da Ucrânia. O documento estabelece as bases para uma futura parceria econômica e a criação de um fundo de investimento para a reconstrução do país. No entanto, os detalhes específicos do acordo ainda não foram divulgados.​

Apesar do avanço, o Departamento de Estado dos EUA esclareceu que o acordo de minerais não está relacionado às negociações de cessar-fogo na Ucrânia. A porta-voz Tammy Bruce declarou à Fox News: “Isso é algo separado. Não faz parte das conversas de cessar-fogo. Não é um elemento dentro do acordo para parar essa catástrofe”. Ela acrescentou que o presidente Donald Trump “espera que isso seja assinado até o final da próxima semana”.​

O memorando surge após um ime em fevereiro, quando uma reunião entre Trump e o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy terminou sem a do acordo, devido a divergências sobre os termos propostos. 

Em março, Kiev recebeu uma nova versão do acordo, considerada significativamente mais rigorosa, exigindo o reembolso de mais de US$ 120 bilhões em ajuda e concedendo aos EUA supervisão sobre o fundo de reconstrução, financiado por receitas de licenças e concessões de extração. Desde então, autoridades ucranianas têm afirmado que ainda estão finalizando sua posição sobre o acordo, enquanto Zelenskyy criticou Washington por alterar os termos previamente acordados.​

O primeiro-ministro ucraniano Denys Shmyhal planeja viajar a Washington na próxima semana para concluir as discussões técnicas sobre o acordo. As equipes de negociação esperam finalizar os termos até 26 de abril, com a ocorrendo em seguida.​

O acordo proposto prevê que os EUA tenham o preferencial aos recursos minerais da Ucrânia, incluindo terras raras, petróleo e gás, como forma de reembolso pela ajuda militar fornecida. Além disso, estipula que os lucros provenientes da extração de recursos sejam compartilhados entre os dois países, com os EUA tendo direito a uma parte significativa das receitas.​

Apesar das críticas, Svyrydenko afirmou que o memorando representa um o positivo na cooperação entre Ucrânia e EUA, ressaltando o desejo compartilhado de apoiar uma Ucrânia livre, soberana e segura. Ela enfatizou que o documento destaca a intenção dos povos americano e ucraniano de investir juntos na reconstrução do país.​

No entanto, o acordo ainda precisa ser ratificado pelos parlamentos de ambos os países, e as negociações continuam em curso. A comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos, especialmente diante das exigências americanas e da ausência de garantias de segurança para a Ucrânia.​