Ilusões de Trump sobre conflito na Ucrânia se desfizeram nos primeiros 100 dias, diz analista russo
Segundo Konstantin Blokhin, presidente dos Estados Unidos percebeu que não era apenas Kiev, mas também os doadores europeus, que obstruíam um acordo de paz
247 – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ficou sem ilusões quanto à possibilidade de uma solução rápida para a crise na Ucrânia em seus primeiros 100 dias de mandato, conforme afirmou o analista russo Konstantin Blokhin à Sputnik Brasil. Em entrevista à agência, o especialista destacou a mudança de percepção do presidente americano diante das dificuldades impostas por Kiev e pelos financiadores europeus.
"Suas opiniões sobre a Ucrânia mudaram [...]. Ele começou a entender que o principal obstáculo ao processo de paz aqui não é apenas a posição de Kiev, mas também a posição desses doadores financeiros europeus, que odeiam e desprezam Trump e odeiam ainda mais a Rússia", afirmou Blokhin.
Antes de tomar posse para seu segundo mandato, Trump havia declarado que seria capaz de encerrar o conflito na Ucrânia em apenas 24 horas. No entanto, de acordo com Blokhin, a realidade geopolítica se mostrou bem mais complexa do que o presidente americano previa.
Agora, Trump tenta conduzir uma estratégia para retirar os Estados Unidos do conflito, sem repetir o desgaste político sofrido por seu antecessor, Joe Biden, durante a retirada das tropas americanas do Afeganistão. "Como você pode salvar sua imagem? Obviamente, obtendo algum tipo de lucro. O lucro pode ser calculado não apenas em dólares, mas também em prestígio político [...]. O único prestígio que Trump pode ganhar é com suas iniciativas de paz", avaliou o analista.
Nesse cenário, Blokhin aponta que Trump poderia se consolidar como o "principal pacificador da Europa". Para o especialista, caso obtenha êxito em suas iniciativas, o presidente dos Estados Unidos poderia, inclusive, aspirar ao Prêmio Nobel da Paz — honraria que no ado foi concedida ao seu "inimigo pessoal", o ex-presidente Barack Obama.
A entrevista à Sputnik Brasil ocorre em meio a uma intensificação das operações militares russas na região de Donbass e às recentes declarações do Kremlin sobre a vitória na região de Kursk, indicando um avanço no cenário militar que pode influenciar as tentativas de negociação para um cessar-fogo.
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