Índia acusa o Paquistão de violar cessar-fogo na Linha de Controle da fronteira
Militares indianos reagem a disparos em regiões de Jammu e Caxemira após atentado em Pahalgam; tensão aumenta entre os dois países vizinhos
247 – A Índia voltou a denunciar uma violação do cessar-fogo por parte das forças armadas do Paquistão na disputada região da Caxemira, controlada pela União Indiana. De acordo com informações divulgadas pela agência russa TASS nesta sexta-feira (3), o exército indiano afirmou que, durante a noite de 2 para 3 de maio de 2025, tropas paquistanesas realizaram disparos com armas leves de forma não provocada em áreas próximas aos distritos de Kupwara, Uri e Akhnoor.
A declaração das Forças Armadas da Índia, citada pela agência de notícias ANI, informa que “o Exército do Paquistão iniciou disparos não provocados com armas leves através da Linha de Controle, em frente aos distritos de Kupwara, Uri e Akhnoor, no Território da União de Jammu e Caxemira”. A resposta, segundo os militares indianos, foi “rápida e proporcional”.
Nos últimos dias, a Índia tem registrado tiroteios noturnos contínuos por parte das forças paquistanesas, coincidindo com a escalada das tensões após um atentado terrorista ocorrido em 22 de abril na cidade turística de Pahalgam, também localizada na Caxemira indiana. O ataque, que chocou o país, deixou 26 mortos — sendo 25 cidadãos indianos e um nepalês — além de vários feridos. Segundo relatos da imprensa local, os agressores utilizaram metralhadoras contra civis.
O governo indiano atribui o atentado ao grupo extremista Lashkar-e-Taiba, banido na Rússia e acusado de manter vínculos com a agência de inteligência militar paquistanesa, a ISI (Inter-Services Intelligence). Fontes de inteligência indianas teriam identificado evidências da participação do serviço secreto paquistanês na articulação do massacre.
Como resposta à tragédia e ao agravamento das relações bilaterais, Nova Délhi adotou uma série de medidas diplomáticas e políticas contra Islamabad. Entre elas, a redução em quase 50% do quadro de funcionários de sua embaixada no Paquistão, a suspensão do acordo bilateral sobre recursos hídricos, a expulsão dos assessores militares paquistaneses de sua missão diplomática em território indiano e a interrupção na emissão de vistos para cidadãos do país vizinho.
Na terça-feira anterior à nova violação do cessar-fogo, oficiais militares de alto escalão dos dois países se reuniram para tentar conter o agravamento da crise. Durante a conversa, a delegação indiana apresentou um protesto formal e exigiu que o Paquistão cessasse imediatamente os ataques fronteiriços. Nova Délhi também emitiu um alerta severo a Islamabad sobre as possíveis consequências de novas violações na Linha de Controle.
A tensão entre Índia e Paquistão, duas potências nucleares com um longo histórico de confrontos em torno da Caxemira, volta a crescer em meio a um cenário regional já sensível. A comunidade internacional acompanha com atenção os desdobramentos, temendo uma escalada militar ainda maior.
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