Israel bombardeia mais uma escola em Gaza e assassina 16 pessoas enquanto dormiam
Ataque ocorreu horas após Trump saudar gesto do Hamas de libertar refém; vítimas incluíam mulheres e crianças
247 - Pelo menos 16 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas após um ataque aéreo israelense atingir uma escola que abrigava deslocados internos no norte da Faixa de Gaza. A informação foi divulgada pelo canal Al Mayadeen, com base em relatos de autoridades locais e de seu correspondente na região. A ofensiva aconteceu na madrugada desta segunda-feira (12), na Escola Fatima Bint Asad, localizada em Jabalia al-Balad, e intensificou ainda mais o genocídio perpetrado por Israel no território palestino.
“Pelo menos 10 [mortos], incluindo mulheres e crianças, bem como dezenas de feridos, foram transportados após um ataque aéreo israelense na escola Fatima Bint Asad, que abriga mais de 2.000 deslocados na cidade de Jabalia”, afirmou o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmud Bassal, à agência AFP. Poucas horas depois, o correspondente do Al Mayadeen informou que o número de mortos subiu para 16.
O ataque ocorreu no mesmo dia em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elogiou o anúncio do Hamas de que pretende libertar Edan Alexander, um refém com cidadania americana e israelense. Trump qualificou o gesto como uma demonstração de “boa fé” por parte do movimento palestino e disse esperar que o ato contribua para o fim do “conflito brutal” em Gaza.
No entanto, a sequência de bombardeios israelenses contradiz qualquer sinal de desescalada. De acordo com o Al Mayadeen, a escola foi atingida repetidamente por aviões de guerra israelenses, mesmo com o conhecimento de que ali se abrigavam centenas de famílias que fugiram de outras regiões bombardeadas.
Outros ataques aéreos também foram registrados nesta segunda-feira. No bairro de Sheikh Radwan, na parte oeste da Cidade de Gaza, um palestino morreu e várias outras pessoas ficaram feridas — entre elas, crianças — após um míssil atingir um grupo de civis. No campo de refugiados de al-Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, uma residência foi destruída. Já na zona leste do bairro de al-Tuffah, as forças israelenses demoliram várias casas residenciais.
Desde o início da ofensiva militar israelense, em 7 de outubro de 2023, os números são devastadores. Segundo dados atualizados do Ministério da Saúde de Gaza, mais de 52 mil pessoas foram mortas e mais de 119 mil ficaram feridas. Apenas desde 18 de março deste ano, quando Israel rompeu um cessar-fogo com a Resistência Palestina, já são mais de 2.720 mortos e 7.000 feridos.
Apesar do gesto humanitário do Hamas, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu deixou claro que não haverá recuo. Em nota divulgada por seu gabinete, Netanyahu afirmou que a libertação de Alexander não levará a um cessar-fogo nem à libertação de prisioneiros palestinos. Segundo ele, “as negociações continuarão sob pressão, durante os preparativos para uma intensificação dos combates”.
A postura do governo israelense tem sido alvo de críticas crescentes por parte de organizações humanitárias, que denunciam o uso desproporcional da força e a violação sistemática do direito internacional humanitário. Ataques a estruturas civis como escolas, hospitais e abrigos têm sido recorrentes e causam enorme sofrimento à população palestina, especialmente às crianças.
Enquanto o governo dos Estados Unidos busca equilibrar declarações diplomáticas com o apoio político e militar a Israel, os bombardeios prosseguem. Para os milhares de civis abrigados em escolas como a de Jabalia, a esperança por um cessar-fogo real parece cada vez mais distante.
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