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      Lula comemora resultado da visita à China: "nossa relação é muito estratégica"

      Visita de Lula à China rendeu a de 20 acordos com o governo local, além de 17 documentos que estabelecem bases para cooperação em vários setores

      Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - Em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira (14), ao final de sua quarta visita de Estado à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) celebrou os avanços obtidos durante a viagem e classificou a parceria com o país asiático como “muito estratégica”. 

      Durante sua permanência no país, Lula firmou 20 acordos com o governo chinês e endossou outros 17 documentos que estabelecem bases para cooperação em setores como tecnologia, infraestrutura, meio ambiente, defesa e saúde. “A gente quer aprender e, também, atrair mais investimentos para o Brasil. A gente quer mais ferrovia, mais metrô, mais tecnologia. A gente quer inteligência artificial. A gente quer tudo o que eles possam compartilhar conosco. E a palavra correta é ‘compartilhar’”, afirmou Lula.

      Parceria para o futuro - Os acordos firmados nesta visita elevam o nível das relações diplomáticas entre Brasil e China, que em novembro de 2024 aram a integrar uma “Comunidade de Futuro Compartilhado Brasil-China por um Mundo Mais Justo e um Planeta Mais Sustentável”. Segundo Lula, a iniciativa marca um novo ciclo de colaboração estratégica. “Eu acho que a China merece ser olhada com mais carinho e sem preconceito, porque a China é a novidade econômica e tecnológica do século XXI. É assim que nós temos que olhar a China”, declarou.

      Lula ressaltou que a exportação de commodities brasileiras continua sendo importante, mas defendeu uma ampliação do perfil comercial. “Nós também queremos trocar produtos com maior valor agregado e, por isso, queremos que os chineses nos ajudem a dar esse avanço no desenvolvimento tecnológico que precisamos”, frisou. Nesse contexto, o presidente também mencionou temas como transição energética e uso da inteligência artificial.

      Comércio em alta - Ao abordar a evolução do intercâmbio econômico, Lula comparou os dados de seu primeiro mandato aos atuais. “Em 2003, quando eu tomei posse, a gente tinha US$ 6,6 bilhões de fluxo de balança comercial. Hoje temos US$ 160 bilhões”, comemorou. Apesar do superávit brasileiro de US$ 31 bilhões na balança com a China, Lula defendeu equilíbrio. “Eu sempre disse que o comércio bom entre dois países é aquele que parece uma via de duas mãos”, pontuou.

      BRICS e nova ordem global - Lula também aproveitou para reforçar a importância do BRICS, bloco que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A próxima cúpula será realizada no Rio de Janeiro, nos dias 6 e 7 de julho. “O BRICS é a possibilidade de a gente mudar um pouco a história para colocar os excluídos dentro do sistema político e econômico”, defendeu o presidente.

      Compromisso com a paz - Em outro momento da entrevista, Lula comentou sobre os esforços diplomáticos para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia. “É com muito otimismo que eu vi a aceitação da proposta do Putin e Zelensky. [...] Que eles se juntem em Istambul e possam começar, de verdade, ao invés de trocar tiros, trocar palavras”, disse.

      Investimentos e acordos bilaterais - No campo empresarial, Lula se reuniu com representantes de empresas chinesas dos setores de energia, defesa e saúde. Entre os anúncios, destaca-se o investimento de US$ 1 bilhão da Envision Group na produção de combustível renovável para aviação (SAF), e a criação de um centro de pesquisa em energia renovável com a Windey Technology e o SENAI CIMATEC.

      A ApexBrasil celebrou, ainda, a captação de R$ 27 bilhões em investimentos chineses, além de iniciativas no setor farmacêutico e de equipamentos médicos. Houve também a formalização de um centro de excelência em vacinas e uma proposta de plataforma industrial de IFAs.

      Conectividade regional e setor portuário - Durante a visita, o presidente participou do IV Fórum CELAC-China, destacando a necessidade de coordenação entre países latino-americanos para viabilizar grandes obras. “A viabilidade econômica desses projetos depende da capacidade de coordenação de nossos países”, disse Lula.

      O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), anunciou que empresas chinesas vão investir mais de R$ 6 bilhões em projetos no setor portuário, incluindo participação no leilão do túnel submerso Santos-Guarujá. “Nos próximos 30 dias, um conjunto de empresas está indo ao Brasil para poder participar efetivamente da construção de consórcios”, afirmou.

      Cooperação tecnológica - Entre os 20 atos assinados, destaca-se a criação de um Centro de Transferência de Tecnologia entre os ministérios de Ciência e Tecnologia de ambos os países. Também foi firmada uma declaração de intenções para compartilhar dados espaciais com países da América Latina e Caribe, fortalecendo a presença regional da cooperação sino-brasileira.

      Presença estratégica na América Latina - Segundo dados do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), o Brasil foi o principal destino dos investimentos chineses na América Latina entre 2003 e 2023, somando US$ 73,3 bilhões em 264 projetos. Os setores de energia elétrica, petróleo, transportes, indústria automotiva e tecnologia da informação estão entre os mais contemplados.

      A visita de Lula, portanto, consolidou o papel do Brasil como principal interlocutor da China na região e reforçou uma aliança estratégica voltada para o desenvolvimento sustentável, a conectividade regional e o fortalecimento de uma ordem multipolar.

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