Meloni encontra Trump na Casa Branca e promete "tornar Ocidente grande novamente"
Premiê italiana busca acordo comercial para evitar tarifas dos EUA e reforça laços transatlânticos em meio a tensões sobre imigração e defesa
247 - Em visita oficial à Casa Branca nesta quinta-feira (17), a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, adaptou o lema de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao declarar: "O objetivo para mim é tornar o Ocidente grande novamente, e acho que podemos fazer isso juntos. Podemos — e continuaremos trabalhando nisso", afirmou ao lado de Trump no Salão Oval.
A reunião teve como foco principal a tentativa de evitar a imposição de tarifas de 20% sobre produtos da União Europeia (UE), medida que poderia impactar significativamente economias como a da Alemanha, Irlanda e Itália, principais exportadores europeus para os EUA .
Meloni, única líder europeia presente na cerimônia de posse de Trump em janeiro, posicionou-se como mediadora entre Washington e Bruxelas. "Não falo de um espaço geográfico, falo de uma civilização", disse. "Quero tornar essa civilização mais forte. Então, mesmo que tenhamos alguns problemas entre as duas margens do Atlântico, é hora de sentarmos e encontrarmos soluções."
Trump, por sua vez, reiterou críticas às políticas migratórias europeias, afirmando: "Espero que a Europa volte a ser grande. A Europa ou por muitos problemas, e muitos têm a ver com imigração, e eu não sou um grande fã da Europa e do que eles fizeram com a imigração. Acho que eles precisam ser inteligentes porque a Europa está sendo muito prejudicada pelo que fizeram com a imigração."
Ele elogiou a postura firme de Meloni sobre o tema, dizendo: "Gostaria que mais pessoas fossem como você... A Europa é muito importante para mim. A Europa é muito importante para o mundo. Quero que a Europa vá muito bem."
Em relação aos gastos com defesa, Trump questionou o compromisso da Itália com a meta de 2% do PIB estabelecida pela OTAN. Meloni respondeu: "A Itália vai à próxima cúpula da OTAN anunciando que aumentou para 2%, conforme solicitado." Trump comentou: "[Um aumento] nunca é demais."
Paralelamente, Trump anunciou que um acordo de minerais com a Ucrânia será assinado na próxima quinta-feira. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que esperam concluir as discussões técnicas até 26 de abril . Trump também expressou críticas ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, dizendo: "Estou tentando fazer [Zelensky] parar" a guerra em seu país. "Não diria que ele fez o melhor trabalho, não sou um grande fã."
Enquanto isso, em Paris, representantes dos EUA, França, Reino Unido, Alemanha e Ucrânia participaram de negociações sobre o futuro da Ucrânia. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o enviado especial Steve Witkoff lideraram a delegação americana. O presidente francês Emmanuel Macron descreveu as conversas como "excelentes" e "muito positivas", destacando a convergência de pontos de vista entre os participantes. Uma nova reunião está prevista para a próxima semana em Londres.
Após o encontro com Trump, Meloni anunciou que o presidente americano aceitou seu convite para uma visita oficial a Roma. A reunião também abordou questões relacionadas à OTAN e à reconstrução da Ucrânia no pós-guerra.
A atuação de Meloni como interlocutora entre a UE e os EUA gerou preocupações entre alguns aliados europeus, que temem que iniciativas individuais possam enfraquecer a posição coletiva do bloco frente às políticas comerciais de Trump.
(Com informações do portal The Times)
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