Milei enfrenta terceira greve geral na Argentina em meio a negociações com o FMI
Centrais sindicais argentinas lideram protestos contra políticas de ajuste fiscal enquanto governo busca crédito bilionário do FMI
247 - Nesta quarta-feira (9), o presidente argentino Javier Milei enfrenta a terceira greve geral convocada contra suas políticas de ajuste fiscal. As três principais centrais sindicais do país organizam manifestações em frente ao Congresso Nacional, acompanhadas por organizações sociais e aposentados, exigindo mudanças nas medidas econômicas adotadas pelo governo.
A mobilização, que teve início ao meio-dia, precede uma paralisação de 24 horas programada para começar à meia-noite. Dezenas de sindicatos aderiram ao movimento, refletindo o crescente descontentamento com as políticas governamentais. Em comunicado, os organizadores declararam: "Diante de uma desigualdade social intolerável e de um governo que não atende às reivindicações por melhor renda e uma qualidade de vida digna para todas e todos, nós, os trabalhadores, paramos".
Coincidentemente, o presidente Milei realiza uma visita ao Paraguai, onde se reúne com o presidente Santiago Peña em Assunção, conforme anunciado pela Presidência. Enquanto isso, o governo aguarda a finalização de um acordo técnico com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para a liberação de um crédito de 20 bilhões de dólares, que deverá ser examinado pela diretoria da instituição nos próximos dias.
A Argentina busca uma antecipação de pelo menos 40% desse empréstimo para aliviar a tensão cambial que levou o Banco Central a vender mais de 1,8 bilhão de dólares de suas reservas nas últimas semanas. A greve conta com a participação de sindicatos ligados ao transporte público, embora os funcionários de ônibus não tenham aderido, o que pode reduzir o impacto da paralisação.
Os arredores do Congresso foram cercados pela polícia como parte de uma operação de segurança, enquanto cartazes convocando a greve ocupam a praça em frente ao palácio legislativo. A marcha também apoia os protestos semanais dos aposentados, que reivindicam aumento nos benefícios, sendo um dos grupos mais afetados pelas medidas de ajuste do governo.
Esta terceira greve geral contra o governo de Milei evidencia a deterioração do clima social diante dos cortes orçamentários que resultaram em milhares de demissões e uma queda no consumo que já dura 15 meses consecutivos. Apesar das críticas, pesquisas indicam que Milei mantém um apoio de 40% a 45% da população. Durante seu mandato, a inflação foi reduzida de 211% em 2023 para 118% no ano ado, contribuindo para a diminuição da pobreza para 38%, após ter alcançado 52,9% nos primeiros seis meses de governo.
Crise social no governo Milei
Desde que assumiu a presidência da Argentina, em dezembro de 2023, Javier Milei enfrenta uma escalada de tensões com sindicatos, aposentados, estudantes e organizações populares. O estopim da crise social são as políticas de ajuste fiscal promovidas pelo governo, que incluem cortes de subsídios, demissões em massa e suspensão de investimentos em áreas essenciais como saúde, educação e transporte.
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