Ministros da UE aprovam fundo de 150 bilhões de euros para investimentos em defesa
Plano prevê empréstimos entre países do bloco para projetos conjuntos e amplia investimentos militares diante de tensões geopolíticas
247 - Ministros da União Europeia aprovaram nesta terça-feira (27), em reunião realizada em Bruxelas, a criação de um fundo de 150 bilhões de euros (equivalente a cerca de US$ 170,7 bilhões) voltado ao financiamento de projetos conjuntos de defesa no continente. As informações são da agência Reuters.
A medida reflete preocupações com a segurança regional e incertezas quanto à continuidade dos compromissos dos Estados Unidos com a proteção da Europa.
O programa, intitulado “Ação de Segurança para a Europa” (SAFE, na sigla em inglês), utilizará recursos captados por meio de endividamento conjunto da UE para oferecer empréstimos a seus membros, incentivando o desenvolvimento compartilhado de capacidades militares.
Segundo diplomatas envolvidos nas tratativas, 26 dos 27 Estados-membros apoiaram a proposta. Apenas a Hungria optou por se abster da votação.
“Adotamos o SAFE – primeiro programa de investimentos em defesa de grande escala em nível da UE”, anunciou a presidência rotativa do bloco, atualmente exercida pela Polônia, por meio da rede X (antigo Twitter). “Quanto mais investimos em nossa segurança, melhor conseguimos dissuadir aqueles que nos desejam mal.”
Estratégia europeia frente ao cenário internacional
A Comissão Europeia apresentou a proposta em março, em meio a crescente apreensão entre os líderes do bloco sobre a confiabilidade das alianças transatlânticas, especialmente após o retorno do presidente Donald Trump ao comando da Casa Branca em 2025. Sua postura crítica ao multilateralismo e às estruturas da OTAN levanta dúvidas sobre o e estadunidense à segurança europeia.
Nos últimos três anos, os países da UE já aumentaram em mais de 30% seus orçamentos destinados à defesa. Contudo, autoridades do bloco avaliam que esse esforço ainda não é suficiente diante do cenário geopolítico instável e das disputas de influência no leste europeu e em outras regiões estratégicas.
A Rússia criticou publicamente o movimento europeu de rearmamento, classificando-o como uma provocação e alegando que se baseia em uma “narrativa inventada” sobre ameaças oriundas de Moscou. Autoridades europeias, no entanto, afirmam que alertas semelhantes foram feitos anteriormente em momentos de forte tensão diplomática, e por isso optam por fortalecer sua capacidade de resposta.
Reforço à indústria de defesa do continente
O SAFE também visa dinamizar a indústria militar da Europa. O projeto exige que, para ser financiado, pelo menos 65% do valor da iniciativa seja executado por empresas estabelecidas na União Europeia, no Espaço Econômico Europeu ou na Ucrânia.
Empresas sediadas em países que firmaram acordos de parceria em segurança e defesa com a UE também poderão participar, desde que cumpram requisitos técnicos adicionais.
O Reino Unido, por exemplo, assinou esse tipo de acordo no início de maio, abrindo espaço para que companhias britânicas, como a BAE Systems, em a integrar o conjunto de beneficiários dos projetos financiados pelo novo fundo.
A Comissão Europeia utilizou um procedimento legislativo acelerado para implementar a proposta, dispensando a aprovação do Parlamento Europeu e exigindo apenas o aval dos governos nacionais dos países-membros.
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