Orbán lamenta escolha europeia pela guerra contra a Rússia e diz que Hungria seguirá na trilha da paz
Primeiro-ministro da Hungria condena o uso da Ucrânia por países europeus numa guerra insana
247 – O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, criticou duramente a decisão de líderes europeus de intensificar o apoio militar à Ucrânia, em vez de buscar uma solução diplomática para o conflito com a Rússia. Em uma publicação na noite deste domingo, 2 de março, em sua conta na rede social X (antigo Twitter), Orbán expressou sua oposição ao prolongamento da guerra e reafirmou a posição da Hungria em defesa da paz.
"Os líderes europeus decidiram hoje, em Londres, que querem continuar com a guerra, em vez de optar pela paz. Decidiram que a Ucrânia deve seguir com a guerra. Isso é ruim, perigoso e equivocado. A Hungria permanece do lado da paz. Ceterum censeo", escreveu Orbán.
A declaração do premiê húngaro ocorre no contexto de uma reunião realizada em Londres, onde o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou uma "coalizão dos dispostos" para reforçar o envolvimento militar europeu na Ucrânia. Segundo Starmer, a decisão envolve o envio de mais armas e e logístico para Kiev, com o objetivo de pressionar ainda mais a Rússia no campo de batalha. A Hungria, que tem adotado uma postura de distanciamento dessa estratégia, reafirmou sua posição contrária ao que considera uma escalada desnecessária do conflito.
Orbán, que já havia se manifestado contra sanções e o envio de armamentos à Ucrânia, argumenta que a insistência em prolongar a guerra coloca toda a Europa em risco. Para ele, o conflito deveria ser resolvido por meio de negociações, e não pelo aprofundamento da hostilidade entre Ocidente e Moscou. Sua menção a "Ceterum censeo" – uma referência à expressão latina usada por Catão, o Velho, na Roma Antiga, para insistir na destruição de Cartago – sugere que ele continuará reiterando sua defesa por uma saída pacífica.
A posição húngara, entretanto, tem sido isolada dentro da União Europeia e da OTAN. Outros países do bloco, como França e Alemanha, têm intensificado o apoio à Ucrânia, argumentando que qualquer cessar-fogo sem a retirada russa seria uma vitória para Vladimir Putin. Já Orbán, frequentemente criticado por sua proximidade com Moscou, mantém a postura de que prolongar a guerra apenas aumentará o sofrimento da população ucraniana e trará consequências imprevisíveis para a estabilidade europeia.
O debate sobre o papel da Europa na guerra da Ucrânia segue polarizado. Enquanto líderes como Starmer defendem um aumento da pressão militar sobre a Rússia, figuras como Orbán alertam para os riscos de uma escalada incontrolável. A Hungria, por sua vez, continua sendo um dos poucos países europeus que rejeitam o envio de armamentos a Kiev e pedem uma solução negociada para o conflito.
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