Putin aprova nova estratégia de longo prazo para a Marinha Russa

247 - O presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, aprovou uma nova estratégia de desenvolvimento para a Marinha do país com horizonte até o ano de 2050. A informação foi divulgada neste domingo (8) por Nikolay Patrushev, assessor presidencial e presidente do Conselho Marítimo, em entrevista ao site russo aif.ru. Segundo Patrushev, o documento foi assinado por Putin em 30 de maio, após longo processo de elaboração iniciado no ano ado.

"A decisão de preparar a estratégia foi tomada em uma reunião no Kremlin em julho de 2024", lembrou Patrushev. De acordo com ele, o esboço inicial do plano foi desenvolvido pelo Ministério da Defesa e, em seguida, aprimorado com a contribuição do Conselho Marítimo. “Sob instruções do presidente, o Ministério da Defesa preparou um rascunho da estratégia que foi posteriormente finalizado pelo Conselho Marítimo, levando em consideração propostas de agências e organizações federais”, afirmou.

A nova diretriz estabelece as metas e direções do desenvolvimento naval russo para as próximas duas décadas e meia, em um momento de crescentes tensões geopolíticas e reposicionamento estratégico da Rússia no cenário internacional. Embora os detalhes do documento ainda não tenham sido tornados públicos, a iniciativa reforça o esforço de Moscou em manter e expandir sua capacidade naval de forma sistemática e a longo prazo.

A estratégia aprovada está inserida no escopo mais amplo da doutrina naval russa, que já foi atualizada em 2022 para incluir novos desafios globais e o fortalecimento da presença marítima russa em regiões como o Ártico, o Oceano Pacífico e o Mar Negro. A do novo plano até 2050 sinaliza continuidade e aprofundamento dessas diretrizes, reforçando a importância da Marinha como instrumento de defesa nacional e projeção internacional de poder.

A entrevista de Patrushev ocorre em meio a uma série de anúncios relacionados à modernização das Forças Armadas da Rússia, com investimentos contínuos em tecnologia militar, renovação da frota e expansão das bases navais. Para analistas internacionais, a aprovação da estratégia até 2050 reafirma a postura assertiva do Kremlin em manter sua autonomia estratégica e responder às pressões do Ocidente em diferentes teatros geopolíticos.