Retorno de palestinos ao norte de Gaza é histórico, diz Fepal: "não deixaram a história se repetir"

247 - A data de 27 de janeiro de 2025 ficará marcada na história como um dia de resistência e esperança para o povo palestino. Após 479 dias de devastação no Holocausto Palestino, cerca de um milhão de palestinos retornaram ao norte de Gaza, desafiando anos de deslocamento forçado e destruição. As imagens dessa marcha do retorno, carregadas de simbolismo, reescrevem a memória coletiva de expulsão que acompanha a luta palestina desde a Nakba, em 1948.

De acordo com Marcos Feres, secretário de comunicação da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), em artigo publicado no site da Federação, os corredores humanos formados por palestinos carregando pertences lembraram momentos sombrios da história, como a limpeza étnica da Nakba e a Naksa, em 1967, que expulsaram centenas de milhares de palestinos de suas terras. "A limpeza étnica da Palestina é um processo contínuo, diário, metódico, há 78 anos", afirmou Feres, destacando que, desde 7 de outubro de 2023, mais de 90% da população de Gaza foi deslocada pela força.

Apesar da devastação, com 95% da infraestrutura civil reduzida a escombros, os palestinos voltam para o que restou de suas casas com um espírito inabalável. "Vamos reconstruir Gaza ainda mais bonita do que era antes!", ecoou o grito de resistência na marcha do retorno. Segundo Feres, a destruição causada por bombas de origem estadunidense, britânica e alemã não conseguiu quebrar a perseverança do povo palestino.

O retorno ocorre em um cenário desolador, com vilarejos destruídos e o cheiro dos corpos ainda sob os escombros. Mesmo assim, há celebração e sorrisos, pois, como afirma Feres, "os palestinos honraram a promessa feita aos ancestrais: não deixaram a história se repetir".

Enquanto os palestinos celebram o retorno, a ameaça persiste. Recentemente, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou a intenção de "limpar a coisa toda", em referência a Gaza, evidenciando o plano de deslocamento forçado para o Egito e Jordânia. "O Holocausto Palestino continua e não há tempo para baixar a guarda", alertou Feres, questionando se o mundo continuará inerte diante dessa crise.