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      Trégua tarifária entre EUA e China expõe fragilidades estruturais nas relações comerciais

      Acordo de 90 dias reduz tarifas, mas especialistas alertam para tensões persistentes e desafios estruturais

      Porto de Qingdao, China (Foto: China Daily via REUTERS/File Photo)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - Em uma tentativa de aliviar as tensões comerciais, Estados Unidos e China anunciaram uma trégua de 90 dias, reduzindo significativamente as tarifas impostas um ao outro. O acordo, resultado de negociações em Genebra, foi saudado como um avanço, mas analistas alertam que os desafios estruturais permanecem. As informações são do South China Morning Post.

      O pacto prevê a redução das tarifas norte-americanas sobre produtos chineses de 145% para 30%, enquanto a China diminui suas tarifas de 125% para 10%. O presidente dos EUA, Donald Trump, descreveu o acordo como um "reinício total" nas relações comerciais.

      Wu Xinbo, diretor do Centro de Estudos Americanos da Universidade Fudan, destacou que a firmeza de Pequim foi crucial para alcançar esse resultado. Ele alertou, no entanto, que "é melhor não nutrir ilusões, pois a volatilidade combativa e os comportamentos imprudentes de Trump que desconsideram as consequências são muito perigosos".

      Dennis Wilder, ex-diretor do Conselho de Segurança Nacional para a China durante o governo de George W. Bush e atualmente professor na Universidade de Georgetown, observou que o acordo indica que Trump ainda busca "um relacionamento positivo e construtivo" com Xi Jinping, sem intenção de desacoplar ou destruir a economia chinesa.

      Apesar do alívio temporário, especialistas enfatizam que a trégua não resolve as rivalidades econômicas e estratégicas profundas entre as duas nações. Wu Xinbo alertou que a istração Trump pode buscar outras ferramentas — incluindo restrições envolvendo tecnologia, investimento, finanças, segurança e política externa — para conter a China.

      Questões delicadas, como o fluxo de fentanil para os EUA, permanecem sem solução. Washington acusa Pequim de não conter o tráfico do opioide sintético, enquanto a China considera o problema como uma questão interna dos EUA e classifica as tarifas relacionadas como injustificadas.

      O impacto imediato do acordo foi sentido no comércio global. Reservas de carga da China para os EUA aumentaram mais de 50%, revertendo uma queda anterior de 20-30%, segundo Rolf Habben Jansen, CEO da Hapag-Lloyd. No entanto, líderes do setor de transporte marítimo alertam que esse aumento pode ser ageiro, dependendo dos desdobramentos das negociações comerciais.

      Enquanto isso, empresas como o Walmart anunciaram aumentos de preços, citando pressões contínuas de custos decorrentes da guerra comercial. O CEO Doug McMillon afirmou que a redução das tarifas não é suficiente para absorver os custos sem rear aos consumidores.

      O novo embaixador dos EUA na China, David Perdue, ex-senador e executivo de negócios, chegou a Pequim pouco após o anúncio do acordo. Sua nomeação é vista como um esforço para fortalecer os laços diplomáticos em meio às tensões comerciais.

      Embora o acordo de 90 dias ofereça um alívio temporário, analistas concordam que ele não aborda as questões estruturais subjacentes. O caminho para uma resolução duradoura das disputas comerciais entre EUA e China permanece incerto e desafiador.

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