Trump diz que Putin está "brincando com fogo" enquanto a Rússia avança na Ucrânia
Presidente dos EUA diz que evitou “coisas realmente ruins” na Rússia e reage à ofensiva russa na região de Sumy, onde quatro vilarejos foram ocupados
247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a elevar o tom contra o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, ao reagir aos recentes avanços militares das forças russas na região de Sumy, no nordeste da Ucrânia. Em publicação feita nesta terça-feira (27) na plataforma Truth Social, Trump declarou que Putin está “brincando com fogo” ao não aceitar iniciar conversações sobre um cessar-fogo com Kiev.
“Se não fosse por mim, muitas coisas realmente ruins já teriam acontecido na Rússia, e quero dizer, MUITO RUINS. Ele está brincando com fogo”, escreveu Trump, em tom de advertência. O presidente norte-americano, que costuma destacar sua relação pessoal com Putin, não ofereceu detalhes sobre a suposta contenção de danos que afirma ter promovido em relação à Rússia.
A resposta do lado russo veio por meio do ex-presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança, Dmitry Medvedev. “Em relação às palavras de Trump sobre Putin 'brincar com fogo' e 'coisas realmente ruins' acontecendo com a Rússia, eu só sei de uma coisa REALMENTE RUIM — a Terceira Guerra Mundial. Espero que Trump entenda isso!”, publicou Medvedev na rede X, em inglês.
No último domingo, Trump já havia criticado Putin, chamando-o de “completamente LOUCO” após uma série de ataques aéreos russos de grande escala contra a Ucrânia. Apesar disso, Trump ainda não adotou novas sanções relevantes contra a Rússia, embora seu governo tenha sinalizado que um novo pacote de medidas está pronto para ser implementado, caso ele decida avançar.
Avanços militares e imes diplomáticos
Segundo o Kremlin, Putin e Trump mantiveram uma ligação de duas horas na semana ada. Após a conversa, o líder russo disse estar disposto a discutir um possível memorando com Kiev que sirva de base para um acordo de paz. No entanto, o governo russo afirmou que o documento ainda está em elaboração, sem previsão de conclusão.
Os Estados Unidos e aliados europeus da Ucrânia exigem um cessar-fogo imediato, com duração mínima de 30 dias e sem condicionantes. O governo ucraniano, por sua vez, acusa Moscou de utilizar as conversas como manobra para prolongar o conflito e ampliar suas posições no campo de batalha.
Região de Sumy sob pressão
Enquanto as negociações seguem sem avanços, tropas russas capturaram nesta terça-feira quatro vilarejos na região de Sumy: Novenke, Basivka, Veselivka e Zhuravka. A informação foi confirmada pelo governador local, Oleh Hryhorov, em publicação no Facebook. Segundo ele, as áreas já haviam sido evacuadas antes da ocupação.
Na véspera, o Ministério da Defesa russo também declarou ter tomado Bilovody, vilarejo próximo, o que sinaliza uma nova expansão do controle territorial russo. As forças russas vêm adotando táticas de mobilidade rápida, utilizando motocicletas e drones para ampliar suas áreas de operação.
A cidade de Sumy, principal centro urbano da região, está situada a menos de 30 quilômetros da fronteira com a Rússia, tornando-a um ponto estratégico no confronto. Kiev afirma que a Rússia busca estabelecer uma “zona-tampão” ao longo da fronteira, objetivo reiterado por Putin em março, durante visita à região de Kursk.
Pressão sobre Kiev e ofensivas em múltiplas frentes
O governo ucraniano tem enfrentado dificuldades para conter os avanços em diversas regiões, especialmente no leste e no nordeste do país. O presidente Volodymyr Zelenskiy alertou que novos ataques russos estão sendo preparados contra Sumy, Kharkiv e Zaporizhzhia.
“Há muitas evidências de que eles estão preparando novas operações ofensivas. A Rússia está contando com mais guerras”, disse Zelenskiy na segunda-feira, sem especificar os indícios.
Do lado ucraniano, também houve ações ofensivas nos últimos dias. De acordo com autoridades militares, drones de longo alcance lançados por Kiev atingiram alvos em território russo, obrigando o fechamento temporário de aeroportos na capital, Moscou.
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