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      Trump ignora apelo por ação na Ucrânia durante visita de chanceler alemão: “Às vezes é melhor deixar brigarem”

      Chanceler alemão ouve comparações entre guerra e briga de crianças, e sai da Casa Branca sem compromisso de Trump sobre a conflito

      O presidente dos EUA, Donald Trump, encontra-se com o chanceler alemão, Friedrich Merz, na Casa Branca, em Washington, DC, EUA, em 5 de junho de 2025 (Foto: REUTERS/Kent Nishimura)
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      247 - A tentativa do chanceler alemão Friedrich Merz de convencer o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a se comprometer com medidas concretas para pressionar a Rússia fracassou nesta quinta-feira (5). 

      Em visita à Casa Branca, Merz pediu ao mandatário que usasse sua influência para buscar o fim da guerra na Ucrânia. Trump, porém, preferiu comparações inusitadas e evitou assumir qualquer posição clara. A reportagem é do The New York Times.

      “Às vezes você vê duas crianças brigando como loucas num parque”, disse Trump, ao lado do chanceler, durante declaração no Salão Oval. “Elas se odeiam e você tenta separá-las, mas não querem. Às vezes, é melhor deixá-las lutar por um tempo e depois separá-las.”

      A fala desconcertou os presentes e revelou a disposição do presidente norte-americano de manter distância do conflito, contrariando promessas de campanha de que resolveria a guerra em 24 horas. “Talvez eles precisem lutar um pouco mais”, sugeriu Trump.

      Analogias e recados a Putin

      Trump ainda afirmou ter repetido a mesma analogia ao presidente russo Vladimir Putin em uma ligação feita na véspera. “Disse ao presidente que talvez precise continuar lutando e sofrendo, porque ambos os lados estão sofrendo, antes de podermos separá-los.”

      Apesar da visita cuidadosamente preparada por Berlim, o presidente dos EUA não fez qualquer promessa de apoio direto à Ucrânia, nem se comprometeu com sanções adicionais contra Moscou. “Tenho um prazo na minha cabeça”, limitou-se a dizer, ao ser questionado sobre novas medidas punitivas contra a Rússia.

      Mais do que isso, Trump deixou no ar que tanto Kiev quanto Moscou podem ser penalizados. “Vamos ser muito, muito, muito duros, e pode ser com os dois países, para ser honesto. Você sabe, é preciso dois para dançar.”

      Frustração para a Europa

      Para Merz, que esperava uma sinalização mais clara dos EUA num momento considerado decisivo por líderes europeus, a resposta foi decepcionante. “Disse ao presidente que ele é a pessoa-chave no mundo que pode realmente acabar com essa guerra ao pressionar a Rússia”, declarou o chanceler, na presença de Trump.

      Durante a conversa, Merz tentou apelar ao simbolismo histórico: lembrou que o dia seguinte à reunião, 6 de junho, marca o aniversário do desembarque das tropas aliadas na Normandia, durante a Segunda Guerra Mundial. “Foi o momento em que os americanos pam fim a uma guerra na Europa”, afirmou.

      Trump, porém, respondeu com ironia: “Esse não foi um dia agradável para vocês”, disse, em referência à derrota do regime nazista. Merz, sem perder o tom, rebateu: “No longo prazo, senhor presidente, foi a libertação do meu país da ditadura nazista.”

      Ceticismo e comparações

      Enquanto o chanceler pedia ação, Trump se dedicava a exibir números da economia norte-americana e da adesão ao serviço militar sob seu governo. Em determinado momento, comparou a guerra a uma partida de hóquei, onde os árbitros permitem brigas antes de intervir. Disse ainda que Putin estaria retaliando por ataques de drones ucranianos no fim de semana.

      O presidente, segundo seus auxiliares, está frustrado com ambos os lados do conflito, mas demonstra mais impaciência com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, a quem já chamou de “cara mau”. Ainda assim, reconhece que “é compreensível que ele esteja revidando”.

      Com Putin, Trump parece mais resignado. Segundo assessores, ele acreditava que sua relação pessoal com o líder russo bastaria para encerrar a guerra. Agora, ite os limites de sua influência, já que evita enviar mais armas ou recursos para Kiev.

      Legado em disputa

      Desde que voltou à Casa Branca, Trump vem se distanciando do conflito, que chama de “guerra de Biden”. “Putin nunca teria invadido se eu fosse presidente em 2022”, repete o republicano. Apesar disso, não endossou o projeto de sanções contra Moscou apresentado por seu aliado, o senador Lindsey Graham.

      Segundo o New York Times, assessores de Merz não criaram grandes expectativas para o encontro. Esperavam apenas manter Trump engajado com os aliados europeus — algo que, a julgar pelas declarações do presidente, também não foi garantido.

      “É típico de Trump”, afirmou o ex-assessor de segurança nacional John Bolton. “Ele sempre quer parecer vitorioso. Se não falar sobre um problema, acredita que ele desaparece.” Para Bolton, o ex-presidente “reage instintivamente ao mau noticiário dizendo: ‘diminua, diminua’.”

      No fim da coletiva, ao ser questionado sobre seu papel como mediador, Trump voltou ao tom descompromissado. Disse ter pedido a Putin que encerrasse o conflito, mas que o russo lhe respondeu não ter outra escolha.

      “Provavelmente não vai ser bonito”, concluiu Trump.

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