Trump prepara gabinete para retomar controle total do governo com saída parcial de Musk
Redução do envolvimento de Elon Musk no Departamento de Eficiência Governamental abre caminho para reafirmação da autoridade dos secretários do Governo
247 - A anunciada redução da participação de Elon Musk no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) sinaliza uma importante reconfiguração nos bastidores do governo do presidente dos EUA, Donald Trump. A notícia, divulgada originalmente pela Reuters, revela que os secretários do Governo estão se preparando para reassumir o controle pleno sobre orçamentos, contratações e estratégias operacionais, em um movimento que pode reduzir drasticamente a influência do bilionário na máquina pública.
Criado por ordem executiva no primeiro dia do novo mandato de Trump, o DOGE foi concebido como uma força-tarefa para cortar gastos públicos, reduzir o número de servidores e cancelar contratos federais. Musk, à frente da iniciativa, vinha liderando um projeto agressivo de desmonte do funcionalismo, tornando-se uma das figuras mais polarizadoras do atual governo.
Contudo, na última terça-feira (22), Musk confirmou que ará a dedicar apenas “um ou dois dias por semana” ao DOGE, para concentrar esforços na Tesla, sua principal empresa. Com seu mandato como funcionário especial do governo prestes a expirar no fim de maio, fontes próximas ao alto escalão do Executivo veem a mudança como o fim de uma era — e o início de outra, marcada pela retomada de poder pelos secretários.
“O gabinete terá mais autonomia e não precisará mais da aprovação de Musk em todas as decisões”, revelou uma fonte que acompanha as movimentações internas do governo, sob condição de anonimato. A expectativa é que os chefes das pastas em a ter a palavra final sobre propostas estratégicas, sobretudo no que diz respeito à política de cortes e reestruturações istrativas.
Ao longo do mandato, o DOGE acumulou atritos com diversas agências federais. Na reunião de gabinete de março, por exemplo, o secretário de Estado Marco Rubio confrontou Musk, acusando-o de “minar a USAID”, agência responsável por projetos de assistência internacional. Já o secretário de Transportes, Sean Duffy, rechaçou os planos de demissão em massa de controladores de tráfego aéreo, apontando riscos à segurança da aviação.
A saída de Musk da linha de frente do DOGE também implicará mudanças na equipe técnica que o acompanha. Jovens engenheiros contratados por ele, sem ampla experiência no setor público, terão suas atribuições reavaliadas. “A influência dos engenheiros pode diminuir”, afirmou outra fonte do governo. “Eles serão submetidos a um escrutínio maior, e suas qualificações começarão a ser questionadas.”
Apesar das transformações em curso, a Casa Branca tenta evitar a percepção de uma guinada. O porta-voz Harrison Fields negou que o afastamento de Musk represente uma mudança nos rumos do DOGE: “Rejeitamos a ideia de que sua saída sinalize qualquer descontinuidade nas diretrizes da agência.”
Ainda assim, a tensão entre o setor político tradicional e o grupo liderado por Musk parece ter atingido um ponto de inflexão. Secretários do Governo, que relutavam em seguir ordens do DOGE e criticavam a perda de autonomia em suas pastas, agora veem uma oportunidade de reconquistar protagonismo. Fontes afirmam que os planos para cortes mais seletivos — em contraste com as demissões em massa defendidas por Musk — deverão ganhar força.
A reconfiguração do papel de Musk no governo pode, portanto, marcar não apenas uma mudança istrativa, mas também um novo capítulo na relação entre tecnocracia e poder político em Washington.
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