Lula pede foco na eleição no Senado para evitar 'bagunça' da oposição
Presidente sugere que esquerda abra mão de governos estaduais para garantir maioria na Câmara Alta e evitar ataques ao STF
247 – Durante discurso no Congresso Nacional do PSB, neste domingo (1), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a prioridade das forças progressistas em 2026 deve ser a eleição de senadores, diante do risco de que a oposição assuma o controle da Casa e provoque instabilidade institucional.
“Precisamos ganhar a maioria no Senado, senão esses caras vão avacalhar com a Suprema Corte. Precisamos preservar as instituições que garantem o funcionamento da democracia nesse país”, afirmou Lula, em um recado direto à base governista. Segundo ele, uma eventual maioria da oposição na Câmara Alta poderia abrir caminho para processos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e enfraquecer a democracia, segundo reportagem do Valor.
O presidente também sugeriu que, para alcançar esse objetivo, pode ser estratégico que a esquerda abra mão de candidaturas ao governo em alguns Estados, concentrando esforços em nomes fortes para o Senado. “Faz sentido abrir mão de possíveis candidaturas para governo nos Estados com o objetivo de reforçar os nomes para o Senado”, disse.
O alerta de Lula vem no contexto de um Legislativo cada vez mais conservador e diante de movimentações da direita bolsonarista para conquistar maior espaço no Senado, tradicionalmente mais moderado que a Câmara dos Deputados. O presidente busca evitar que esse espaço se torne uma arena de enfrentamento institucional contra o STF e outras instituições democráticas.
Na mesma ocasião, Lula elogiou a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) na chapa que o elegeu em 2022, afirmando que a aliança com um político de centro-direita foi “uma lição para a democracia brasileira”.
O Congresso do PSB reuniu lideranças de todo o país e marcou o início das discussões sobre estratégias eleitorais para 2026. Com o alerta de Lula, a disputa pelo Senado tende a ganhar protagonismo nos cálculos das legendas aliadas ao Planalto.
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