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      Comemoração do Dia Mundial da Cannabis acompanha avanços em marcos legais ao redor do planeta

      No Brasil, o consumo de cannabis é permitido e regulamentado para fins medicinais e foi descriminalizado para o uso adulto e recreativo

      (Foto: Freepik)
      Laís Gouveia avatar
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      247 - Este domingo, 20 de abril, marca o Dia Mundial da Canábis — uma celebração global que, em 2025, coincide curiosamente com o Domingo de Páscoa. A data, reconhecida por milhões de pessoas que defendem o uso recreativo, medicinal e industrial da planta, tem uma origem cultural peculiar nos Estados Unidos. As informações são da agência AP.

      O termo “420”, hoje sinônimo da cultura da canábis, nasceu nos anos 1970 em San Rafael, na Califórnia. Um grupo de adolescentes conhecidos como The Waldos costumava se reunir às 16h20 para procurar uma plantação de canábis supostamente abandonada. “420” virou o código secreto para o consumo da erva entre eles — uma gíria que ganharia o mundo depois de ser adotada pela comunidade da banda Grateful Dead e popularizada pela revista High Times na década de 1990.

      Ao longo do tempo, a data virou um símbolo para manifestações a favor da legalização e para debates sobre os usos da planta. E não são poucos: da medicina à construção civil, do consumo social à produção de biocombustíveis, a canábis vem sendo redescoberta em diversas frentes. No Brasil, o consumo de canábis já é permitido e regulamentado para fins medicinais e foi descriminalizado para o uso adulto e recreativo.

      Uma planta, muitos usos

      A canábis é utilizada há séculos em diversas culturas, seja como ferramenta terapêutica, matéria-prima ou forma de lazer. No campo medicinal, seus derivados têm sido usados para tratar dor crónica, espasmos musculares, epilepsia resistente, náuseas causadas por quimioterapia e até perda de apetite em pacientes com doenças graves como cancro ou HIV.

      Já na indústria, o cânhamo — variedade da planta com baixo teor de THC — é utilizado na fabricação de tecidos, papel, materiais de construção como o betão de cânhamo, plásticos biodegradáveis e até combustíveis alternativos.

      No campo recreativo, muitos consumidores destacam os efeitos relaxantes, o estímulo sensorial e a inspiração criativa provocados pela planta. Em ambientes sociais, o consumo é comparado ao uso do álcool, embora envolva substâncias diferentes com impactos distintos no organismo.

      Nos últimos anos, houve um aumento expressivo na procura por produtos com canabinóides que não provocam alterações psicoativas. O CBD (canabidiol), por exemplo, ganhou destaque no tratamento de doenças neurológicas e inflamatórias. Outras substâncias, como CBG, CBN e CBC, também têm sido estudadas por seus efeitos terapêuticos promissores.

      Descriminalização no Brasil - No Brasil, o consumo de cannabis é permitido e regulamentado para fins medicinais e foi descriminalizado para o uso adulto e recreativo em decorrência de decisões judiciais recentes. 

      Legalização na Europa: um mapa de contrastes

      Na Europa, a legislação sobre a canábis varia amplamente de país para país, indo desde abordagens permissivas até proibições rigorosas.

      Nos Países Baixos, a venda em coffeeshops é tolerada há décadas, embora a produção da planta ainda seja ilegal — uma contradição que o governo tenta resolver com novas leis. Já Portugal é reconhecido internacionalmente pela descriminalização de todas as drogas desde 2001, tratando o consumo como uma questão de saúde pública.

      Espanha adota o modelo de clubes sociais de canábis, permitindo o cultivo coletivo para consumo dos membros. A República Checa permite o porte e cultivo pessoal em pequenas quantidades. Luxemburgo e Malta foram além: Malta legalizou completamente o cultivo e posse para uso pessoal em 2021, e Luxemburgo anunciou os semelhantes.

      Mais recentemente, a Alemanha legalizou, em 2024, o cultivo doméstico e a posse de pequenas quantidades para adultos, entrando para o grupo dos países europeus que adotam políticas mais progressistas.

      Enquanto isso, na outra ponta do espectro, países como a Hungria mantêm leis extremamente rígidas, com proibição total da substância, mesmo para fins medicinais.

      Coincidência com a Páscoa reacende o debate

      A coincidência entre o Dia Mundial da Canábis e a Páscoa em 2025 traz um contraste simbólico: enquanto milhões celebram a ressurreição de Cristo, outros milhões lembram a luta pela descriminalização e os múltiplos benefícios da planta.

      Mais do que uma efeméride curiosa, o dia 20 de abril serve como ponto de partida para discussões sobre saúde pública, economia sustentável, liberdade individual e ciência. Uma data que, longe de ser apenas cultural ou recreativa, levanta reflexões profundas sobre o presente e o futuro da canábis no mundo.

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