Trama golpista: em áudio, agente cita equipe formada para prender ministros do Supremo e 'matar meio mundo' se for necessário

247 - O agente Wladimir Soares, investigado pela trama golpista, mencionou um grupo armado que tinha como objetivo prender ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e itiu que a equipe estava disposta a usar força letal. Os envolvidos no plano criminoso iriam "matar meio mundo" se necessário, afirmou o policial em áudios analisados pela Polícia Federal. Ele criticou Jair Bolsonaro (PL) e disse que o político da extrema-direita "deu para trás" no plano golpista. 

"A gente tava preparado para isso, inclusive. Para ir prender o Alexandre de Moraes. Eu ia estar na equipe, ia botar para f** nesse f***, mas não é assim", afirmou Soares na gravação. “A gente tava pronto, só que aí o presidente... Esperávamos só o ok do presidente, uma canetada para a gente agir. Só que o presidente deu para trás". O relato foi publicado nesta quarta-feira (14) no Portal G1.

Bolsonaro é réu no inquérito e pode ser preso. O ex-mandatário também está inelegível após decisão do Tribunal Superior Eleitoral em 2013 - o motivo foram declarações golpistas. 

Na investigação do plano golpista, o STF tornou 21 réus - o agente Wladimir Soares não está entre eles, mas novos julgamentos acontecerão. A Procuradoria-Geral da República tinha denunciado Wladimir Soares por enviar mensagens com informações sobre a segurança do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para servidores ligados a Bolsonaro. 

Mas a PF conseguiu novas informações e disse que Wladimir Soares "foi arregimentado e integrou a organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado e abolir violentamente o Estado Democrático de Direito no ano de 2022."

A investigação começou na PF, depois foi para a PGR e, agora, o STF analisa as investigações. 

Novas críticas a Bolsonaro 

O agente continuou reclamando do ex-mandatário. "Bolsonaro faltou um pulso para dizer: não tenho general, tenho coronel, vamos com os coronéis que a tropa toda queria. Só os generais que não deixaram", afirmou. 

Em outra gravação, o agente disse que Bolsonaro foi "traído" dentro do Exército, que retirou o apoio no último minuto. "Os generais foram lá e deram a última forma e disseram que não iam mais apoiar ele. Ou seja, foram... Na realidade, o PT pagou para eles, comprou esses generais".