Professor dá rasteira em criança autista durante aula no Rio e caso só é revelado seis meses depois
Família denuncia demora no o às imagens da agressão; criança desenvolveu traumas e hoje estuda em casa
247 - Uma agressão sofrida por uma criança autista de 11 anos dentro de uma escola particular na zona oeste do Rio de Janeiro veio à tona apenas seis meses após o ocorrido. O caso foi revelado em reportagem exibida pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo (6).
As imagens, obtidas somente no fim de março deste ano, mostram o professor de capoeira Vitor Barbosa derrubando o aluno Guilherme durante uma aula no Centro Educacional Meirelles Macedo, em Guaratiba, e imobilizando-o no chão, segundo a denúncia da mãe, Joyce Siqueira. O episódio aconteceu em setembro de 2024, mas a escola não forneceu à família o imediato ao vídeo da aula, mesmo após repetidas tentativas da mãe de entender o que havia ocorrido.
De acordo com Joyce, a confusão começou quando Guilherme teve dificuldades para realizar um exercício e, orientado pelo professor, pediu uma bola a duas colegas. Elas se recusaram a entregá-la, o que o deixou irritado, e ele acabou chutando o objeto. Uma das meninas reagiu com um tapa na cabeça do menino, o que deu início a um tumulto. Em seguida, segundo a mãe, o professor “deu uma rasteira” em Guilherme, jogando-o no chão e segurando-o pelo pescoço.
Apesar da violência sofrida, a escola suspendeu o menino por dois dias, alegando que ele havia agredido colegas e desrespeitado o docente. A reunião com a direção só foi marcada cinco dias após o episódio. “Eu cheguei lá para conversar, para entender o que tinha acontecido e eu saí de lá sem uma resposta. Ninguém falou, assim, ele não foi agredido. Porque eu só queria ouvir isso. Ou ele foi, mas nós tomamos as medidas. A minha vontade é que ele não colocasse mais os pés dele nessa escola”, contou Joyce.
Somente durante uma audiência, no fim de março deste ano, a mãe teve o às imagens da aula. “E eu olhei para o professor, quando eu saí do fórum, e eu falei para ele: 'Eu vi o que você fez com o meu filho'. Meu braço formigou, meu rosto tremeu, e eu fui parar no hospital”, relatou.
A defesa de Vitor Barbosa sustenta que a abordagem foi uma “técnica de imobilização” usada para conter o aluno e que a situação foi rapidamente controlada. Já o Centro Educacional Meirelles Macedo, em nota, afirmou ter tomado todas as providências cabíveis e declarou que o professor não atua mais na instituição.
A experiência violenta teve consequências severas para a saúde emocional de Guilherme. Joyce conta que, após o episódio, o filho ou a apresentar comportamentos autolesivos, como bater a cabeça contra a parede — algo que nunca havia ocorrido antes. Ela chegou a matriculá-lo em outra escola, mas ele não conseguiu se adaptar e, desde então, está recebendo aulas em casa. “Ele ou a ter muitas desregulações, ele batia na cabeça, batia a cabeça na parede, coisa que nunca aconteceu aqui em casa, ou a acontecer. Fiquei muito mal”, desabafou a mãe.
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