Delegada Erika Marena recebe aposentadoria especial voluntária
Ela foi a delegada responsável pela operação que perseguiu reitores em Santa Catarina, prendendo ilegalmente Luiz Carlos Cancellier, que se suicidou
247 - A delegada da Polícia Federal Erika Mialik Marena teve sua aposentadoria especial voluntária concedida, com direito à integralidade e paridade, conforme publicado na edição desta quarta-feira (21) do Diário Oficial da União. Marena ficou nacionalmente conhecida por comandar a Operação Ouvidos Moucos, em 2017, que levou à prisão do então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier, em um caso que resultou em forte comoção nacional após o suicídio do educador.
A portaria nº 1.643, assinada por Guilherme Monseff de Biagi, diretor de Gestão de Pessoas da Polícia Federal, formaliza a aposentadoria com base na Lei Complementar nº 51/1985, alterada pela LC nº 144/2014, e em dispositivos constitucionais e pareceres jurídicos que asseguram os critérios especiais para servidores da área de segurança pública. A medida declara também a vacância do cargo de delegada de classe especial.
Marena ficou no centro de um dos episódios mais polêmicos da história recente da Polícia Federal. Em 2017, ela deflagrou a operação que prendeu Cancellier sob a acusação de obstrução de investigação de desvios na UFSC. Sem provas concretas, o caso logo se revelou frágil. Após ser levado para um presídio e impedido de retornar à universidade, o reitor tirou a própria vida. Em carta deixada antes de se suicidar, ele escreveu: “minha morte foi decretada quando fui banido da universidade”.
Mesmo diante da repercussão negativa e de questionamentos sobre sua conduta no caso, Marena foi convidada pelo então ministro da Justiça, o ex-juiz parcial e hoje senador Sérgio Moro, em 2018, para integrar a equipe do governo Jair Bolsonaro (PL). Ela assumiu cargo de confiança na Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Com a saída de Moro do governo em 2020, Erika Marena acabou exonerada da função.
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