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      China cobrirá ausência dos EUA com doação de US$ 500 milhões à OMS

      Pequim isola Trump, se posiciona contra o unilateralismo e amplia influência internacional

      Sede da OMS, em Genebra 28/01/2025 (Foto: Denis Balibouse/Reuters)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - A China anunciou nesta terça-feira (21) a doação de US$ 500 milhões à Organização Mundial da Saúde (OMS), em um gesto calculado para reforçar sua presença na governança global e preencher o vazio deixado pelos Estados Unidos, que se retiraram do organismo sob ordem do presidente Donald Trump. 

      Durante discurso na Assembleia Mundial da Saúde (AMS), realizada em Genebra, o vice-primeiro-ministro chinês, Liu Guozhong, justificou a decisão como uma resposta ao que chamou de “unilateralismo” e “política de poder”, relata reportagem do The Washington Post repercutida pela Folha de S. Paulo. “O mundo está agora enfrentando os impactos do unilateralismo e da política de poder, trazendo grandes desafios à segurança da saúde global”, declarou Liu. “A China acredita firmemente que apenas com solidariedade e assistência mútua podemos criar um mundo saudável juntos".

      Contraponto à retirada dos EUA - A contribuição chinesa, que será distribuída ao longo de cinco anos, posiciona o país como o principal doador estatal da OMS. A decisão vem no momento em que os EUA, sob a doutrina “América Primeiro”, se distanciam de pactos multilaterais e da governança internacional. A saída da OMS foi apenas um dos movimentos de Trump nesse sentido.

      Robert F. Kennedy Jr., secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, adotou um tom agressivo em sua fala na mesma assembleia, chamando a organização de “moribunda” e “atolada em inchaço burocrático”.

      O gesto de Pequim é interpretado como parte de uma estratégia mais ampla para consolidar sua imagem como potência global responsável. Para o professor Zhao Minghao, da Universidade Fudan, em Xangai, “os ataques e o desprezo da istração Trump pela governança internacional ofereceram novas oportunidades para a diplomacia chinesa”.

      Disputa por influência global - Desde antes da atual guinada isolacionista de Washington, a China vem ampliando seu papel em instituições como a ONU. Hoje, entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, é o maior contribuinte de tropas para missões de paz. Em visita recente à Europa, o ministro da Defesa, Dong Jun, prometeu mais recursos para operações da ONU.

      A comparação entre os compromissos de China e EUA se estende também ao combate às mudanças climáticas. Enquanto Trump retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris, a China manteve seu compromisso com o pacto e lidera a produção de veículos elétricos e baterias — mais de 60% e 80% da produção global, respectivamente. “A China está tentando ser mais ativa em áreas onde tem vantagens”, observou Zhao.

      Pandemia e imagem internacional - A aposta chinesa em expandir sua presença institucional também serve para responder às críticas de Washington sobre sua condução da pandemia de Covid-19. A doença foi inicialmente detectada em Wuhan, e os EUA frequentemente acusaram a China de ocultar informações cruciais no início do surto.

      Em Genebra, um porta-voz da delegação chinesa reagiu às críticas norte-americanas: “é surpreendente que um país como os EUA, que anunciou sua saída da OMS, ataque outro país que está expandindo seu investimento na organização”, declarou, segundo a agência oficial Xinhua.

      Com a nova doação, a China reforça sua imagem de liderança multilateral, contrapondo-se diretamente ao isolacionismo de Trump e ocupando o espaço estratégico deixado pelos EUA na arena internacional da saúde pública.

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