Brasil busca diversificar parcerias internacionais para enriquecimento de urânio; Rosatom, da Rússia, larga na frente

247 – A estatal brasileira Indústrias Nucleares do Brasil (INB) assinou um contrato com a russa Rosatom, por meio da empresa Internexco GmbH, para o processamento de urânio extraído no país. Avaliado em cerca de US$ 40 milhões, o acordo prevê o envio de até 275 mil quilos de concentrado de urânio (U3O8) para conversão e enriquecimento no exterior, com devolução do material beneficiado até dezembro de 2027.

O urânio será processado fora do país e retornará na forma de hexafluoreto de urânio (UF6) enriquecido a 4,25%, utilizado na produção do combustível que abastece a central nuclear de Angra dos Reis (RJ).

O contrato apoia a implementação do novo programa de desenvolvimento da energia nuclear no Brasil, que visa garantir a segurança energética do país, diante das limitações do setor hidrelétrico. A Rosatom, por sua vez, venceu a licitação por apresentar as condições mais competitivas entre grandes concorrentes internacionais.

Com a sétima maior reserva de urânio do mundo — e com apenas 26% do subsolo explorado até o momento — o Brasil tem potencial para se tornar um dos líderes globais na produção do mineral.

Antes dependente principalmente do Canadá para o enriquecimento de urânio, o Brasil agora conta com a parceria da Rússia — movimento que reforça a aproximação com os BRICS e o Sul Global. 

Embora já possua tecnologia própria para enriquecer o mineral, o país ainda recorre ao exterior para concluir o processo, em razão de limitações em sua capacidade industrial.