China e América Latina e Caribe: Navegando para um futuro promissor de uma comunidade com futuro compartilhado
Confiança mútua, cooperação econômica e intercâmbio cultural moldam a parceria entre nações, afirma Xi Pu, especialista em geopolítica
Por Xi Pu, especial para o Brasil 247 - Em 2014, o Presidente Xi Jinping propôs pela primeira vez a formação de uma comunidade com futuro compartilhado China-América Latina e Caribe (ALC), recebendo resposta ampla e positiva dos países da região. Nos mais de dez anos, dos investimentos tradicionais em infraestrutura à emergente transição verde, dos laços bilaterais cada vez mais estreitos a uma cooperação integral em vigoroso desenvolvimento, China e ALC tornaram-se amigos de mãos dadas e parceiros de futuro compartilhado, e suas relações na nova era, caracterizadas pela igualdade, benefícios mútuos, inovação, abertura e benefícios para os povos, têm alcançado novos progressos.
Confiança como alicerce: garantindo a direção do desenvolvimento
A confiança política mútua é a base das relações China-ALC. Desde o estabelecimento de relações diplomáticas entre China e Cuba em 1960, a China e a região já percorreram juntos uma jornada gloriosa de mais de seis décadas. Nos últimos anos, o Panamá, a República Dominicana, El Salvador, a Nicarágua e Honduras estabeleceram ou restabeleceram laços diplomáticos com a China. China e Cuba estão formando juntas uma comunidade de futuro compartilhado, enquanto China e Brasil elevaram suas relações para a Comunidade de Futuro Compartilhado por um Mundo mais Justo e um Planeta mais Sustentável. Cada vez mais países da região respondem e participam ativamente das iniciativas apresentadas pelo Presidente Xi Jinping — a Iniciativa Cinturão e Rota, a Iniciativa para o Desenvolvimento Global, a Iniciativa para a Segurança Global e a Iniciativa para a Civilização Global. Isso reflete não apenas o reconhecimento e apoio da ALC às propostas chinesas, como também a confiança política mútua entre as duas partes que vem se aprofundando.
A China sempre apoia firmemente os países da ALC a trilhar um caminho de desenvolvimento que corresponde às suas realidades nacionais, e a salvaguardar sua soberania, independência e integridade territorial. Já na década de 1960, o povo chinês manifestava sólido apoio à justa luta panamenha pela recuperação da soberania do Canal, episódio que se gravou na memória coletiva de toda uma geração de chineses. Durante a pandemia, a assistência anti-epidêmica da China atravessou as montanhas e os mares; quando os terremotos atingiram, as equipes de resgate da China foram as primeiras a chegar, correndo contra o tempo; quando os incêndios florestais rugiram, a China ofereceu apoio com genuína empatia. Cada gesto, cada ação é um testemunho caloroso confirmando que a China é, e será sempre, um bom parceiro confiável. Nos foros multilaterais, a China sempre se pronuncia pela justiça da ALC, apoia seu processo de integração regional e desenvolve relações com os países da região com base em respeito mútuo, tratamento em pé de igualdade e não interferência nos assuntos internos. Podemos afirmar que, no âmbito da comunidade com futuro compartilhado China-ALC, os dois lados tomam a confiança como base e conjugam consensos de cooperação, levando suas relações a níveis ainda mais elevados.
Cooperação como bússola: beneficiando o bem-estar dos povos
Benefícios mútuos e ganhos compartilhados são palavras-chave na cooperação China-ALC. Nos últimos anos, a cooperação econômica e comercial entre a China e a região vem se ampliando de setores tradicionais às áreas emergentes como novas energias, tecnologia digital, comércio eletrônico transfronteiriço, entre outras, elevando constantemente a qualidade da cooperação e liberando novo dinamismo. A China é o segundo maior parceiro comercial da ALC, além de permanecer há anos como o maior parceiro comercial do Brasil, do Chile e de vários outros países. Atualmente, veem-se produtos típicos da ALC em qualquer grande cidade e plataformas de e-commerce da China — carne bovina, café, camarão, abacate, cereja, entre outros —, enquanto veículos elétricos de marcas chinesas circulam pelas cidades latino-americanas e caribenhas, demonstrando o dinamismo da cooperação econômica e comercial.
Com esforços conjuntos dos dois lados, uma série de projetos de cooperação foram implementados. A Biblioteca Nacional de El Salvador, construída com assistência da China, tornou-se um marco arquitetônico e um centro de ciência e educação da cidade; o Aeroporto Internacional de Manta, no Equador, reconstruído com participação chinesa, transformou-se em um importante eixo que liga o país com o mundo; o Parque Industrial Phoenix, em Trinidad e Tobago, já é o parque ecológico da indústria leve de alto valor agregado com o mais alto nível de automação e inteligência operacional em todo o Caribe; o trecho Talca-Chillán da Rota 5, no Chile, é descrito pelas pessoas locais como “caminho à prosperidade” construído por amigos chineses. A cooperação bilateral, fortalecendo os fundamentos e avançando em direção a novos progressos, vem promovendo a interconectividade na ALC e beneficiando efetivamente os povos locais.
Culturas como pontes: tecendo laços entre os corações
O intercâmbio entre civilizações é sempre um elo que une os povos da China e ALC. Ambos os lados possuem ricas tradições históricas e profundas heranças culturais. A China é uma das antigas civilizações do mundo, enquanto na ALC nasceram três grandes civilizações antigas: Maias, Astecas e Incas. O intercâmbio cultural entre China e ALC remonta a mais de 400 anos, quando navegadores chineses abriram a Rota da Seda Marítima, atravessando o Oceano Pacífico e superando adversidades. Começou, desde então, um intercâmbio contínuo entre China e ALC. Da Grande Muralha a Machu Picchu, das Grutas de Mogao às Pirâmides de Chichén Itzá, resplandecem nossas brilhantes civilizações antigas.
Tanto China quanto ALC apelam para a diversidade das civilizações, defendendo que as civilizações precisam de diálogo e intercâmbio, em vez de exclusão ou substituição, e que diferentes civilizações devem aprender entre si com base em igualdade, respeito e inclusão. Atualmente, já foram estabelecidos mais de 60 Institutos Confúcio e Salas de Aula Confúcio na ALC, e inúmeros eventos de intercâmbio cultural foram realizados com sucesso por ambos os lados. Essas interações culturais transcontinentais não apenas aprofundaram o respeito mútuo e o entendimento entre as culturas, mas também consolidaram a base popular para uma comunidade com futuro compartilhado China-ALC.
Como diz um ditado chinês, “Somos amigos de peito e vizinhos mesmo que vivamos a milhares de quilômetros um do outro.” Com o compartilhamento dos sonhos e aspirações comuns entre China e ALC, o grande navio de uma comunidade com futuro compartilhado China-ALC singrará ondas e avançará irresistivelmente, rumo a um futuro mais glorioso.
Xi Pu é especialista em geopolítica e assuntos internacionais
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