Confiança em Lula recua a 37% e desconfiança atinge 58%, aponta pesquisa Ipsos-Ipec

247 - A confiança do eleitorado no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu o menor nível desde o início de seu terceiro mandato. Segundo pesquisa do instituto Ipsos-Ipec divulgada nesta sexta-feira (13), apenas 37% dos brasileiros afirmam confiar no presidente, enquanto 58% dizem não confiar.

A reportagem é do jornal O Globo, que detalhou os dados do levantamento realizado entre os dias 5 e 9 de junho em 132 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. O resultado revela não apenas o aumento da desconfiança geral em relação ao governo Lula, mas também um enfraquecimento da base que o elegeu em 2022.

Entre os eleitores que votaram em Lula no segundo turno das eleições presidenciais, cerca de um quarto (23%) afirma que não confia no presidente. Outros 22% desse mesmo grupo consideram que seu governo é “pior” do que esperavam. Já 37% dizem que ele correspondeu às expectativas e 39% acreditam que as superou. Quanto à forma de governar, 22% dos que o apoiaram nas urnas desaprovam sua atuação, embora 74% ainda a aprovem.

A diretora do Ipsos-Ipec, Márcia Cavallari, destaca que o indicador de confiança no presidente já vinha em queda desde o fim de 2023. “A confiança é uma das métricas mais importantes da pirâmide reputacional de uma pessoa ou de uma empresa e a do presidente Lula está negativa desde dezembro de 2023, bem antes da avaliação e da aprovação do seu governo ficarem negativas”, afirmou.

O levantamento também revela dificuldades em setores tradicionalmente ligados à trajetória de Lula. Entre os brasileiros que vivem com até um salário mínimo, 43% afirmam não confiar no presidente — mesma taxa verificada entre os eleitores do Nordeste, região que historicamente deu forte apoio ao petista.

A pesquisa foi realizada em um momento de tensão política, após a deflagração de uma operação da Polícia Federal que investiga desvios em pagamentos de benefícios do INSS, caso que pode ter impactado a percepção pública sobre a gestão federal.