Flávio Dino é alvo de ameaças recebidas pela Ouvidoria do STF: "tem que apanhar de murro"
Mensagem com apelo ao ódio e incitação à invasão do STF reforça alerta do ministro sobre clima de violência institucional
247 - O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF) revelou ter sido alvo de uma mensagem ofensiva e ameaçadora enviada por meio da Ouvidoria da própria Corte na quinta-feira (22). As ameaças,foram divulgadas pelo magistrado em meio ao julgamento que discutia a legalidade de cargos técnicos comissionados nos Tribunais de Contas de São Paulo e Goiás. Segundo Dino, o conteúdo da mensagem apelava à violência física e sugeria a tomada do STF por um grupo de pessoas.
“Um cara como você tem que apanhar de murro por cima da cara, arrancar dente por dente da tua boca. É na porrada. Bastam cem homens aí em Brasília, invadem o STF e expulsam’, diz um trecho do texto, segundo relatado pelo ministro. Ainda de acordo com a reportagem, o autor da mensagem também fez falsas acusações históricas, afirmando que Dino teria defendido, em 1979, a anistia de nomes como os músicos Gilberto Gil e Caetano Veloso, além da ex-presidente e então militante Dilma Rousseff. Dino ironizou a distorção:
“Eu tinha 11 anos e posso garantir que estava ou jogando bola ou brincando de carrinho”, disse o ministro. Além das ameaças e mentiras, o remetente utilizou xingamentos como “bandido”, “ladrão” e “canalha”, além de atribuir um apelido ofensivo ao ministro: “rocambole do inferno”. Dino aproveitou o episódio para alertar sobre o atual ambiente social, que classificou como perigosamente permissivo ao discurso de ódio.
“As caixas de comentários das redes sociais ganham densidade quando elas penetram na mente humana e se transformam em força material. (...) O regime de segurança com o qual convivemos como agentes públicos não é o mesmo de dez anos atrás, infelizmente. É péssimo, é horroroso, é horrível os limites que nós nós e nossas famílias temos que lidar por conta dessas pessoas que um dia podem achar isso aqui bonito. Não sei se esse senhor ou outro resolve invadir aqui, como já aconteceu”, afirmou, fazendo alusão à intentona golpista que resultou na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
O ministro também citou como exemplo a ameaça de bomba registrada na quinta-feira (22) no prédio do Ministério do Desenvolvimento Social, em Brasília, para reforçar a necessidade de ampliar medidas de proteção às instituições públicas.
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