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      EUA se consolidam como principal destino da indústria brasileira de transformação

      Com mais de 10 mil empresas exportadoras, Brasil amplia presença nos EUA e bate recorde mesmo com tarifas de 10% impostas por Donald Trump

      Navios no Porto de Santos 01/05/2024 REUTERS/Amanda Perobelli (Foto: Amanda Perobelli)
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      247 - As exportações brasileiras da indústria de transformação para os Estados Unidos seguem em trajetória ascendente e consolidam o país como o principal destino dos produtos industrializados nacionais. Segundo o jornal O Globo, dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) apontam que os embarques do setor para o mercado americano totalizaram US$ 31,59 bilhões em 2024, representando 78,3% de tudo o que o Brasil vendeu para os EUA no período. O total geral das exportações brasileiras ao país no ano ado foi de US$ 40,33 bilhões. 

      Os produtos mais exportados ao longo desse período incluíram óleo bruto de petróleo, ferro e aço semiacabados, sucos de frutas, aeronaves, celulose e carne bovina industrializada. Além disso, a participação dos manufaturados brasileiros nas vendas totais ao mundo também subiu: ou de 16,3% em 2022 para 17,4% em 2024 e alcançou 18% já no primeiro trimestre de 2025.

      “Os EUA são o principal comprador de bens industrializados brasileiros e, como consequência, o maior mercado para produtos brasileiros de alta tecnologia. São 10 mil empresas brasileiras exportando para esse destino, o maior número em 200 anos de relação entre os dois países, o que demonstra o fortalecimento da base exportadora e a crescente diversificação regional e setorial dessa relação”, disse a , secretária de Comércio Exterior Tatiana Lacerda Prazeres, de acordo com a reportagem.

      Embora os números sejam positivos, Tatiana reforça que o cenário internacional impõe desafios e que é preciso cautela ao projetar os próximos os. “O governo tem desenhado diferentes cenários e prepara estratégias eficazes para cada um deles com vistas a preservar e expandir a inserção da indústria brasileira nos fluxos globais de comércio”, ressaltou.

      Essa cautela é ainda mais necessária diante das medidas protecionistas adotadas recentemente pelos Estados Unidos. No início de abril, o governo do presidente Donald Trump impôs uma tarifa geral de 10% sobre as importações vindas do Brasil. Mesmo assim, o setor empresarial brasileiro permanece confiante de que o diálogo entre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Trump levará a soluções equilibradas.

      “Eu acredito que a racionalidade vai vencer e vamos conseguir negociar bem”,  avaliou Fabrizio Panzini, diretor de Políticas Públicas e Relações Governamentais da Amcham. Para ele, a participação das exportações da indústria de transformação para os EUA deve se manter próxima de 18% do total do setor em 2025.

      Segundo o coordenador de Estudos em Comércio Internacional do Ipea, Fernando Ribeiro, a atratividade do mercado norte-americano está ligada à sua abertura:. “Historicamente os EUA têm um nível de proteção muito baixo, sendo que as tarifas de importação e outros fatores protecionistas, em geral, são bem menores do que a média mundial.”

      Outro fator relevante é o comércio entre filiais de empresas multinacionais com sedes tanto nos EUA quanto no Brasil, facilitando trocas no âmbito das cadeias globais de valor. Mesmo diante da nova tarifa, há expectativas de crescimento para setores específicos. É o caso dos calçadistas e da indústria têxtil, que enxergam oportunidades na disputa comercial entre EUA e China.

      “Empresas dos setores de calçados e têxtil estão animadas com a ideia de que as tarifas dos EUA à China são altas e podem gerar oportunidades para elas aumentarem vendas naquele mercado”, explicou Welber Barral, sócio da BMJ Consultores Associados e ex-secretário de Comércio Exterior.

      No entanto, de acordo com a reportagem, a intensificação do conflito comercial entre os dois gigantes globais pode ter impactos de longo prazo. A consultora Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria, alerta para o possível aumento de investimentos chineses no Brasil, com o objetivo de ar o mercado americano por meio de exportações indiretas.

      “Isso pode trazer riscos mais tarde. A China entrou em outros países asiáticos e no México para exportar para o mercado americano, mas depois tais nações foram atingidas por tarifas maiores”, observou. 

      Para evitar vulnerabilidades, especialistas indicam que o caminho das empresas brasileiras deve ser o investimento contínuo em inovação e promoção comercial. “É importante as companhias continuarem no processo de aumento da produtividade para serem mais competitivas, mostrar suas marcas e intensificar seus canais comerciais junto a fornecedores”, concluiu Lia Valls Pereira, pesquisadora associada da FGV-IBRE e professora da Uerj.

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