Guru da Faria Lima ataca Lula e exalta Milei e Tarcísio
Luis Stuhlberger critica IOF, acusa governo de hostilidade aos ricos e elogia direitistas da Argentina e de São Paulo como alternativas ao lulismo
247 – O gestor Luis Stuhlberger, CEO e CIO da Verde Asset Management, voltou a disparar críticas contundentes ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o evento anual de sua gestora, realizado nesta quinta-feira (29). A matéria é do jornal Valor Econômico. Para o influente investidor da chamada Faria Lima, a recente alta no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em transações como câmbio, uso de cartão internacional e previdência privada é um “sinal de perigo” e uma “aula de psicologia gratuita” sobre como o PT enxerga os mais ricos.
“O que ele pensa é: ‘vamos distribuir dinheiro, vamos aumentar a arrecadação, não importa que seja de uma maneira unfair [injusta]’, mas o que é mais assustador é a questão do dólar. ‘Você quer comprar dólar? Paga um pedaço para mim’... É muito ‘scary’ [assustador]”, afirmou Stuhlberger, ao classificar a medida como um o na direção do controle de capitais. Para ele, o recado do governo é claro: “Vocês ricos fiquem com seus reais, não têm que comprar dólar, se quiserem comprar paguem para mim um pedágio.”
Segundo o gestor, a política lembra estratégias fracassadas de países como a Argentina antes da ascensão do presidente Javier Milei. “Isso a a mensagem errada, torna o Brasil mais parecido com o que era a Argentina antes do Milei”, comentou. Stuhlberger também exaltou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como figura de destaque na corrida presidencial de 2026, insinuando que a deterioração da popularidade de Lula já estaria sendo precificada pelos investidores.
Apesar de criticar duramente o IOF — que, segundo ele, prejudica especialmente pequenas e médias empresas ao encarecer o crédito —, Stuhlberger reconheceu que sua revogação criaria um rombo fiscal de até R$ 40 bilhões. “É ruim com ele [o IOF] e pior sem ele”, disse, alertando para o dilema fiscal do governo. “Sou muito descrente do nosso Congresso servir de anteparo para alguma coisa, mas a gente deveria levar em conta essa ameaça como algo sério, do que esperar de um novo governo do PT, se ele ganhar.”
Stuhlberger ainda sugeriu que o aumento do IOF pode ser uma preparação do governo Lula para turbinar o Bolsa Família em 2026 e tentar retirar os precatórios do arcabouço fiscal, abrindo espaço para até R$ 50 bilhões extras em ano eleitoral. Para ele, trata-se de uma guinada populista agravada pela baixa popularidade do presidente.
O gestor também analisou o cenário internacional e a valorização recente da bolsa brasileira. Atribuiu o movimento ao chamado “Trump trade” — em referência à reeleição do presidente dos Estados Unidos — e à antecipação de uma possível vitória da direita em 2026. “O trend da eleição chegou, chegou antes do que se imaginava”, afirmou. Stuhlberger destacou que, excluindo empresas ligadas a commodities, o Ibovespa subiu 17% desde a primeira pesquisa Datafolha que indicou queda de Lula, enquanto no acumulado do ano o índice avança 35%.
Ao falar dos Estados Unidos, Stuhlberger criticou a abordagem do ex-presidente Joe Biden em relação à imigração e apontou que a falta de mão de obra barata e as tarifas comerciais podem provocar pressões inflacionárias que o mercado estaria subestimando. “Eu discordo [do mercado]. O choque das tarifas vai se espalhar, e a fraqueza da economia não será suficiente para conter a inflação.”
Com um discurso alinhado ao pensamento liberal ortodoxo e a nomes como Javier Milei e Tarcísio de Freitas, o “guru da Faria Lima” endossou a narrativa de que a política econômica do governo Lula é hostil à elite financeira e prepara terreno para uma virada conservadora em 2026.
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