Governo Lula lança programa Agora Tem Especialistas para reduzir filas do SUS

247 - O governo federal lançou nesta sexta-feira (30) o programa Agora Tem Especialistas, com o objetivo de ampliar o o da população a consultas, exames e cirurgias especializadas no Sistema Único de Saúde (SUS). A medida foi divulgada oficialmente pelo Ministério da Saúde em nota institucional e conta com a participação de estados e municípios, além da rede privada.

A proposta é utilizar toda a estrutura de saúde disponível no país — pública, privada e filantrópica — para aumentar a capacidade de atendimento nas redes locais, especialmente nas áreas com maior demanda reprimida. Com a iniciativa, o Ministério da Saúde espera reduzir significativamente o tempo de espera por procedimentos especializados, um dos principais gargalos do sistema público de saúde, agravado após a pandemia.

O programa prevê o credenciamento de clínicas, hospitais filantrópicos e privados para atender pacientes do SUS nas áreas de oncologia, ginecologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia. A contratação dos serviços será feita por estados e municípios, com e adicional da Agência para o Desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (AgSUS) e do Grupo Hospitalar Conceição.

Uma das novidades é a possibilidade de hospitais filantrópicos e privados utilizarem o atendimento a pacientes do SUS como forma de quitar dívidas com a União. Também será permitido que operadoras de planos de saúde ressarçam o sistema público por meio da prestação de serviços.

Mutirões e ampliação de horários para acelerar o atendimento - Entre as estratégias do programa estão a realização de mutirões e a ampliação dos turnos de atendimento em unidades de saúde públicas — federais, estaduais e municipais. A estimativa é que essas ações possam aumentar em até 30% a capacidade de atendimento em policlínicas, UPAs, ambulatórios e salas de cirurgia em todo o país.

Desigualdades - De acordo com o Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), cerca de 370 mil pessoas morrem por ano no Brasil devido ao atraso no diagnóstico de doenças não transmissíveis. Já o Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta que os custos com o tratamento de câncer aumentam em 37% quando o diagnóstico é tardio. No caso do câncer de mama, há necessidade de expandir em mais de 60% a realização de biópsias no país.

Estudo da Demografia Médica 2025 mostra outro desafio: a concentração de médicos especialistas em grandes centros urbanos e na rede privada. Apenas 10% desses profissionais atendem exclusivamente pelo SUS, o que contribui para a desigualdade no o.

investimento em oncologia e novos equipamentos - O programa prevê a expansão da rede pública de cuidado oncológico, com a aquisição de 121 aceleradores lineares até 2026. Esses equipamentos, essenciais para tratamentos de radioterapia, serão incorporados progressivamente ao SUS. Na data do lançamento, seis novos aparelhos foram entregues em unidades de saúde em São Paulo (SP), Bauru (SP), Piracicaba (SP), Curitiba (PR), Andaraí (RJ) e Teresina (PI).

Outra iniciativa é a criação do Super Centro Brasil para Diagnóstico de Câncer, que integrará serviços oncológicos com o uso de tecnologias de telemedicina. A rede contará com teleconsultorias, telelaudos e telepatologia, com apoio do INCA e da entrada do A.C. Camargo Câncer Center no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS). Inicialmente, a expectativa é de emissão de até mil laudos por dia.

Atendimento móvel e foco em regiões desassistidas - Para atender áreas remotas e com pouca infraestrutura, o programa disponibilizará 150 carretas de saúde equipadas para consultas com cardiologistas e oftalmologistas, exames de imagem e pequenas cirurgias. Também estão previstas ações específicas para caminhoneiros e mutirões em comunidades indígenas e regiões de difícil o.

O transporte de pacientes será reforçado com a aquisição de até 6.300 veículos destinados ao deslocamento até unidades de saúde, com prioridade para o atendimento oncológico. A estimativa é beneficiar cerca de 1,2 milhão de pessoas por mês com esse serviço.

Telessaúde e digitalização dos serviços - Para enfrentar as longas distâncias e a escassez de especialistas em várias regiões, o programa irá ampliar a oferta de serviços de telessaúde. A meta é reduzir até 30% as filas por consultas e diagnósticos especializados, por meio da oferta de telediagnóstico, teleconsultoria e teleconsulta.

O aplicativo Meu SUS Digital também será aprimorado, ando a emitir alertas sobre agendamentos e confirmações de atendimento. Além disso, os usuários receberão informações via WhatsApp e SMS, facilitando o acompanhamento de exames, cirurgias e tratamentos.

Formação de especialistas e reforço ao Mais Médicos - Por fim, o Ministério da Saúde pretende ampliar em 3.500 o número de profissionais especializados atuando no SUS, com foco nas áreas prioritárias do programa. Serão oferecidas 500 novas vagas dentro do programa Mais Médicos, agora com foco em especialidades.