Brasil e Uruguai fortalecem integração energética com novo acordo
Intercâmbio elétrico entre os dois países promete reduzir custos e aumentar a confiabilidade do sistema
247 - O Ministério de Minas e Energia do Brasil e o Ministerio de Industria, Energía y Minería do Uruguai am, nesta quarta-feira (12), em Montevidéu, um Memorando de Entendimento para expandir e aprimorar o intercâmbio de energia elétrica entre os dois países. O acordo estabelece a transferência do ponto de entrega da energia uruguaia da Subestação Presidente Médici, que opera com 230 kV, para a Subestação Candiota II, no Rio Grande do Sul, que trabalha com 525 kV.
De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), a medida está alinhada aos objetivos estratégicos do governo brasileiro de fortalecer a integração energética na América do Sul. “O Uruguai, país irmão vizinho, tem importado cada vez mais energia do Brasil. E nos exporta também, quando necessitamos. Fortalecer essa interconexão elétrica com o Uruguai é um aprimoramento bem-vindo à integração regional e, certamente, essa medida trará benefícios dos dois lados da fronteira, diminuindo custos e aumentando a confiabilidade do sistema a partir do intercâmbio entre os dois países”, afirmou.
O acordo foi assinado durante a IX Mesa de Diálogo do Sistema de Integração Energética dos Países do Sul (SIESUR). A mudança permitirá o descongestionamento da rede de 230 kV no sul do Rio Grande do Sul, que enfrenta sobrecarga devido à crescente geração de energia renovável na região. Com a interligação internacional ando a operar na rede de 500 kV, o sistema contará com maior capacidade e menor risco de interrupção.
Com a do memorando, o Ministério de Minas e Energia do Brasil deve implementar medidas para viabilizar a conexão física entre as Subestações Candiota e Candiota II, essencial para a concretização do novo ponto de entrega da energia uruguaia.
Integração energética avança na América do Sul - A expansão do intercâmbio energético ocorre em um momento em que o Brasil tem ampliado significativamente sua produção de eletricidade. Na primeira reunião de 2025 do Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico (CMSE), foi destacado que, na primeira semana de fevereiro, o Brasil exportou 1.093 MWmédios para a Argentina e o Uruguai, volume equivalente à totalidade da geração termelétrica da região Sul no mesmo período.
"Com a melhoria substancial que tivemos no suprimento de energia, pudemos reduzir o despacho de termelétricas e isso abriu caminho para exportarmos mais aos países vizinhos, desenvolvendo uma cadeia de geração nacional e ajudando a descomprimir o preço para o consumidor brasileiro”, afirmou Alexandre Silveira.
O ministro também destacou que a recuperação dos reservatórios das hidrelétricas possibilita a exportação de excedentes de energia, contribuindo para a estabilidade tarifária. O excedente hidrelétrico, quando ofertado no mercado de curto prazo para os países vizinhos, provém exclusivamente de fontes hídricas que, de outra forma, seriam desperdiçadas. Assim, o Brasil consegue preservar sua segurança energética e otimizar os custos de operação.
A importação de energia pelo Brasil também segue uma lógica estratégica: só ocorre quando os preços são inferiores aos praticados pelas fontes internas. Em 2024, a aquisição de energia do Uruguai resultou em uma economia de mais de R$ 750 milhões ao sistema interligado nacional.
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