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      Panamenhos saem às ruas contra visita do Secretário de Defesa dos EUA

      Protestos criticam acordos militares, presença estrangeira e ameaças à soberania nacional

      Protestos no Panamá (Foto: Reprodução/X @ClaridadPanamá1)
      José Reinaldo avatar
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      247 - Movimentos sociais e setores patrióticos do Panamá realizaram na terça-feira (8) uma série de manifestações em repúdio à visita do Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, à Cidade do Panamá. A agem do alto representante do governo norte-americano pelo país centro-americano reacendeu críticas à crescente presença dos EUA na região e gerou protestos que tomaram as ruas da capital.

      A visita de Hegseth, que liderou uma delegação do governo dos EUA, teve como ponto alto um encontro com o presidente panamenho José Raúl Mulino. Segundo os manifestantes, o chefe de Estado tem adotado uma postura “subserviente” diante de Washington. Durante os atos, palavras de ordem o classificavam como “traidor da pátria”, em razão de políticas que, segundo os organizadores, colocam em risco a soberania nacional — entre elas, acordos militares e medidas que favorecem o retorno da influência dos Estados Unidos sobre o Canal do Panamá.

      “Não aceitaremos novas bases militares, nem qualquer forma de recolonização”, declararam representantes do movimento Pueblo Unido por la Vida, que junto ao Frenadeso (Frente Nacional pela Defesa Econômica e Social do Panamá), lidera a mobilização popular. As organizações afirmaram ainda que pretendem manter a pressão nas ruas com uma greve geral, caso suas exigências não sejam atendidas.

      Entre as principais demandas está a revogação da Lei 462, que reforma o Fundo de Seguridade Social do país. Segundo os protestos, essa medida agrava as desigualdades sociais e representa mais um sinal da submissão do governo às diretrizes de instituições financeiras internacionais.

      O pano de fundo geopolítico também preocupa os panamenhos. Desde antes de reassumir a presidência em janeiro ado, Donald Trump, atual presidente dos EUA, tem defendido abertamente que o Canal do Panamá volte ao controle de Washington. Em repetidas ocasiões, Trump declarou que os Estados Unidos “investiram pesadamente” na construção da via interoceânica entre 1904 e 1914, argumento usado para justificar o que muitos no Panamá consideram uma ameaça à soberania nacional.

      A presença de Hegseth, em meio a esse contexto, acendeu o sinal de alerta. Lideranças populares temem que a visita seja parte de uma estratégia para consolidar um novo tipo de tutela sobre o Canal, sob o pretexto de acordos de segurança regional. “O que está em jogo aqui é a nossa independência”, disseram os organizadores dos atos. “Não podemos permitir que o ado se repita.”

      As tensões políticas no Panamá ocorrem em um momento de crescente disputa por influência geopolítica na América Latina. Os Estados Unidos vêm intensificando suas movimentações na região, em parte como reação à presença crescente da China em áreas estratégicas, incluindo investimentos e infraestrutura.

      Com os protestos ganhando força e os movimentos sociais prometendo continuidade, a crise pode se intensificar nos próximos dias. O governo Mulino ainda não se pronunciou oficialmente sobre a greve geral anunciada, tampouco sobre os questionamentos à política externa adotada em relação aos EUA.

      A visita de Hegseth e as declarações de Trump reacenderam um debate profundo sobre autonomia, soberania e o futuro do Canal do Panamá — um símbolo histórico da luta dos panamenhos por autodeterminação. A depender dos próximos capítulos, o episódio pode marcar um divisor de águas nas relações entre os dois países.

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