Janja e TikTok: a crise que nunca existiu
Rede chinesa está à disposição do governo brasileiro para discutir contenção de abusos – assim como na China
A mais nova “crise” fabricada pela mídia brasileira, que tentou atribuir à primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, um suposto “climão” diplomático com a China, simplesmente não existiu. Ao contrário do que foi veiculado na imprensa que sabota permanentemente o País, o que se viu foi um diálogo maduro entre chefes de Estado sobre um problema global urgente: os abusos cometidos por plataformas digitais contra crianças, adolescentes e a saúde pública. A prova disso veio nesta quinta-feira (15), quando o TikTok enviou uma carta ao governo brasileiro, por meio do Itamaraty, expressando sua disposição para dialogar sobre sua atuação no Brasil.
O gesto da rede social, com sede na China, evidencia que não houve qualquer constrangimento durante o jantar entre os presidentes Lula e Xi Jinping. O que houve, na realidade, foi uma iniciativa importante do presidente brasileiro, assim como da primeira-dama, para promover um ambiente digital mais ético e seguro. “Perguntei ao companheiro Xi Jinping se era possível ele enviar para o Brasil uma pessoa da confiança dele para a gente discutir a questão digital, e sobretudo o TikTok”, afirmou Lula antes de deixar Pequim. Segundo ele, a primeira-dama pediu a palavra para relatar o caso de uma menina de oito anos que morreu no Brasil ao participar de um desafio promovido na rede. A reação do presidente Xi Jinping foi clara e disse que o Brasil tem o direito de fazer a regulamentação, assim como vem sendo discutido na China. Ou seja: não houve atrito, ruído e muito menos qualquer tipo de incidente diplomático, como a mídia que alimenta diariamente o fascismo brasileiro tentou fazer crer. Além disso, as relações Brasil-China nunca foram tão boas e a prova concreta é que, um dia depois do factoide criado pela imprensa golpista, Pequim eliminou a exigência de vistos para todos os turistas brasileiros.
Ao contrário do que tenta impor a imprensa corporativa brasileira, que busca sabotar qualquer agenda minimamente soberana e progressista, o que Lula e Janja protagonizaram com o presidente Xi Jinping foi apenas um diálogo natural entre pessoas adultas. Ao denunciar os riscos que as redes digitais impõem às mulheres, às crianças e à formação da juventude, ambos verbalizaram uma preocupação que muitos pais, educadores e especialistas já sentem há anos: o ambiente digital impõe novos desafios às sociedades. E o TikTok, com sua lógica de viralização baseada em recompensas instantâneas, vem moldando comportamentos que fragilizam emocional e psicologicamente milhões de jovens.
Ao reconhecer o problema e se abrir ao diálogo, a própria plataforma demonstra que a conversa promovida por Lula e Janja foi não apenas legítima, mas necessária. E mostra, também, como funciona o sistema político chinês: quando acionado com seriedade, responde com pragmatismo e compromisso social.
É também importante lembrar que a China só é o que é hoje, a economia que caminha para ser a mais desenvolvida do mundo, porque não tem veículos como a Rede Globo e seus assemelhados que trabalham diuturnamente para produzir crises artificiais. Pelo contrário. A comunicação chinesa é alinhada com os objetivos do desenvolvimento nacional e com o princípio de “paz e desenvolvimento”, concebido por Deng Xiaoping e ainda hoje norteador das reformas que levaram o país a se tornar a grande potência do século XXI. A mídia chinesa não serve à intriga vazia nem à produção de fake news para imbecilizar a sociedade, mas sim à coesão nacional e à estabilidade institucional.
O contraste com o modelo ocidental é gritante. Em países como o Brasil, onde a “liberdade de imprensa” é capturada por interesses empresariais e políticos, veículos tradicionais operam como braços da oposição, alimentando um ambiente permanente de tensão e sabotagem. A radicalização política é incentivada, a desinformação é premiada com cliques, e figuras públicas são linchadas por ousarem discutir marcos regulatórios.
Mas é justamente essa discussão que Lula, Janja e Xi Jinping colocaram no centro da agenda global. E com razão. A proposta de uma governança digital mundial, defendida pelo presidente brasileiro e também pelo presidente chinês, visa estabelecer limites éticos e responsabilidades claras para as plataformas. A China, por sua vez, já avançou nesse campo: mais de 11 mil contas foram banidas do Douyin (versão chinesa do TikTok) por exploração infantil. Mecanismos de proteção digital para crianças foram aprimorados, e a publicidade voltada aos menores ou a ser rigidamente regulada.
Essas medidas não significam censura, como gostam de dizer os arautos do caos informacional. Significam civilização. Significam colocar a dignidade humana acima do lucro e proteger os mais vulneráveis da lógica predatória da viralização. No Brasil, esse debate deve ser feito com firmeza e profundidade – não com escândalos fabricados por jornalistas que servem à agenda neoliberal e antinacional.
A verdade sobre o caso TikTok é simples: não houve crise diplomática. Houve diálogo. E houve resposta. A carta do TikTok prova que o governo brasileiro está no caminho certo ao enfrentar os abusos digitais. E o Brasil só terá futuro como nação soberana se também souber regulamentar aquilo que ameaça sua juventude, sua democracia e seu próprio projeto civilizatório, que é a sua mídia corporativa – está já com trânsito em julgado em matéria de golpismo e de sabotagem ao País.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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