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      Petróleo é parte da solução, diz presidente do IBP sobre transição energética

      Roberto Ardenghy afirma que a descarbonização global exige soluções acumuladas e defende papel do setor petrolífero como agente da economia verde

      Roberto Ardenghy (Foto: IBP/Divulgação)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 - Em entrevista à revista Exame, o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), Roberto Ardenghy, defendeu que o setor de petróleo e gás não é inimigo da transição energética, mas um de seus pilares. Com mais de três décadas de experiência nas relações institucionais da indústria, o ex-diplomata e ex-diretor da Petrobras foi enfático: “a transição energética não significa abandonar o petróleo de uma vez, ainda vamos precisar dele por décadas. O setor terá um papel importante na descarbonização. Nós somos parte da solução”.

      Ardenghy sustenta que a transição deve ser vista como um processo de "evolução energética", e não como um embate entre fontes limpas e fósseis. "Não se trata de uma corrida de 100 metros, mas sim uma maratona", afirmou. Para ele, o futuro da matriz energética será construído com o empilhamento de múltiplas soluções, algumas novas, outras adaptadas de tecnologias já existentes, mas todas impulsionadas por inovação.

      O petróleo ainda é indispensável - Enquanto o mundo debate o abandono dos combustíveis fósseis, o presidente do IBP sustenta que a indústria petrolífera continuará relevante por muito tempo. “Vamos precisar do petróleo por muitos anos ainda, seja para as petroquímicas, produção de fertilizantes, ou para atender à demanda crescente de energia ao fornecer fontes mais limpas e eficientes”, explicou.

      Um estudo conduzido pela consultoria Catavento, em parceria com o IBP e o Instituto Clima e Sociedade (ICS), prevê um aumento de 24% no consumo global de energia até 2050. A pesquisa reforça que fontes renováveis e fósseis precisarão coexistir. No Brasil, o setor prevê investimentos de US$ 173 bilhões até 2033, com expectativa de geração de 400 mil empregos e arrecadação anual de até US$ 55 bilhões em participações governamentais.

      Tecnologia e liderança brasileira - O executivo ressalta que o Brasil ocupa posição de liderança em tecnologias essenciais à descarbonização, como captura e reinjeção de carbono, uso de hidrogênio e energia eólica offshore. Ardenghy ainda defende que o setor petrolífero tem expertise em soluções que podem impulsionar as fontes renováveis, incluindo a utilização do hidrogênio, cuja produção, transporte e armazenamento já fazem parte da rotina industrial há mais de um século.

      "O hidrogênio verde ainda está sem escala. Ele é produzido a partir de fontes renováveis, como energia solar e eólica. O grande desafio é o custo da energia. Se não encontrarmos uma fonte de energia renovável com preço competitivo, o hidrogênio verde não será uma alternativa viável frente aos outros", afirmou.

      Biorrefinarias e inovação no offshore - O IBP também aposta na conversão de refinarias em biorrefinarias para produzir diesel verde e SAF (combustível sustentável de aviação) a partir de óleo vegetal. A Petrobras, por exemplo, já iniciou testes na refinaria Repar, no Paraná. Outra aposta é a tecnologia HISEP, que visa reduzir o consumo energético e as emissões de CO₂ nas plataformas offshore.

      Ardenghy aponta que “o setor pode contribuir significativamente para as energias renováveis” e que há caminhos concretos para um petróleo com menor impacto ambiental. "Precisamos de uma narrativa mais equilibrada, o setor faz parte da solução e não pode ser visto como vilão", reforçou.

      Margem Equatorial e a segurança energética - Sobre a exploração na Margem Equatorial, o presidente do IBP defende a necessidade de explorar novas reservas diante do declínio previsto da produção do pré-sal. "Precisamos explorar novas reservas, ou o Brasil começará a importar petróleo”, afirmou.

      Segundo ele, o processo de licenciamento ambiental está em curso e todos os requisitos foram cumpridos, inclusive com ações como a construção de um hospital veterinário em Oiapoque. “O Ibama deve verificar se há novas exigências, mas não vejo mais obstáculos”, disse, sem estimar um prazo para a decisão.

      Setor petrolífero na COP30 - Às vésperas da COP30, que ocorrerá em Belém do Pará, Ardenghy antecipa que o setor levará três temas centrais: um fundo climático para combater emissões derivadas do uso inadequado da terra, contribuições tecnológicas para a transição energética e a defesa do conceito de petróleo descarbonizado. “A indústria de petróleo tem recursos para ajudar a financiar a transição energética”, afirmou, citando a capacidade do setor de prover US$ 1,3 trilhão em financiamento climático global.

      Impactos do governo Trump e relação com o agro - Questionado sobre as políticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Ardenghy afirmou que não há impacto direto sobre o Brasil. “Somos exportadores até para os Estados Unidos, que é o terceiro maior mercado. O Brasil foi exceção na tarifa de 10% sobre petróleo”, explicou. O mesmo se aplica ao etanol, cuja exportação para os EUA permanece estável.

      O setor também é vital para o agronegócio, especialmente por seu papel na produção de fertilizantes e no fornecimento de diesel para o calendário agrícola. “O agro depende do petróleo”, sintetizou.

      Comunicação e desafios futuros - Por fim, Ardenghy identifica o maior desafio da indústria na comunicação com a sociedade. “O maior desafio é a narrativa. Precisamos explicar a transição energética de forma clara, especialmente para quem demoniza o setor”, declarou. O IBP lançou a plataforma “Além da Superfície” para promover um debate mais técnico e menos polarizado. Para ele, o consumo de energia tende a crescer com o desenvolvimento econômico, e as empresas de petróleo devem ser vistas como agentes da solução.

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