Marinho condiciona futuro de Lupi à resposta política e à recuperação da credibilidade do INSS
Ministro defende apuração rigorosa e afirma que permanência de Lupi depende da capacidade de correção e da avaliação do presidente Lula
247 – O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou nesta quinta-feira (1º) que a permanência de Carlos Lupi no comando da Previdência Social dependerá da avaliação política do presidente Lula e da capacidade do ministro de promover mudanças efetivas no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), atualmente alvo de investigações por fraudes em benefícios. As declarações foram feitas durante o ato unificado do 1º de Maio, organizado pelas centrais sindicais em São Paulo, segundo o jornal O Globo.
“A continuidade de um ministro muitas vezes a pela avaliação política, não é simplesmente se ele tem culpa ou não tem culpa. Você pode ter uma situação política de ausência de sustentabilidade ou de manutenção da sustentabilidade”, disse Marinho, sinalizando que a situação de Lupi será definida mais pela conjuntura política do que por eventuais responsabilidades diretas.
O escândalo envolvendo o INSS se agravou com as investigações da Polícia Federal, que identificaram R$ 6,3 bilhões em descontos indevidos nos benefícios de aposentados entre 2019 e 2024. Em resposta, o governo nomeou o procurador federal Gilberto Waller Júnior como novo presidente do instituto. Para Marinho, essa mudança oferece a Lupi instrumentos para reverter a crise: “O ministro tem as ferramentas, agora, com a nova gestão do INSS, para tomar decisões, corrigir a rota e garantir à sociedade que o INSS é uma instituição séria.” Segundo ele, cabe ao presidente da República definir o desfecho político da situação.
Apesar de ter adotado um tom mais comedido em relação à defesa de Lupi, diferentemente do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, que demonstrou apoio incondicional ao colega, Marinho afirmou que o momento deve ser encarado como uma oportunidade para sanear a Previdência: “A crise é um momento de oportunidade para resolver um problema.”
No palco do evento sindical, que reuniu entidades como Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Nova Central e Pública, Marinho garantiu que os responsáveis pelas fraudes serão responsabilizados. “Quem errou, vai pagar”, afirmou, acrescentando que os aposentados prejudicados serão devidamente ressarcidos.
Agenda sindical e defesa do fim da jornada 6x1
Em seu discurso, Marinho reforçou o apoio à proposta de redução da jornada semanal de trabalho e ao fim do modelo 6x1, em que o trabalhador atua por seis dias consecutivos com apenas um de descanso — uma das principais bandeiras das centrais sindicais neste 1º de Maio. Segundo ele, “a economia brasileira tem toda a condição de ar, neste momento, uma redução da jornada máxima de trabalho no Brasil para 40 horas imediatamente. É preciso pautar e levar a sério, como disse o presidente Lula ontem, o fim da escala 6x1. Isso não será num e de mágica, é preciso mobilização.”
O ministro também voltou a criticar o nível atual da taxa básica de juros, afirmando que a Selic elevada compromete o investimento produtivo e, consequentemente, a geração de empregos. “É uma luta do governo, sempre combatendo (mas) com a autonomia do Banco Central, o controle da inflação e o controle da taxa de juros, que é um inibidor de investimento”, disse.
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