“Vergonhosa", diz Gleisi, sobre a conspiração do bolsonarismo contra Alexandre de Moraes
Ministra das Relações Institucionais condena possíveis sanções contra o ministro do STF
247 – A ministra das Relações Institucionais e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, classificou como “vergonhosa” a tentativa de interferência estrangeira promovida por Jair Bolsonaro e seus aliados contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em publicação feita nesta quarta-feira (22) em sua conta na rede X (antigo Twitter), a dirigente repudiou o envolvimento da extrema direita brasileira, em parceria com a estadunidense, em ações que violam a soberania do Brasil.
“É vergonhosa a conspiração de Bolsonaro com a extrema-direita dos EUA, em busca de intervenção estrangeira no Judiciário do Brasil. A recente ameaça do secretário de Estado dos EUA ao ministro Alexandre de Moraes merece repúdio e evidencia o desespero do réu com o avanço do julgamento dos golpistas. Promover a justiça e defender a democracia, no estado de direito, são prerrogativas de um país soberano”, escreveu Gleisi.
O alerta de Gleisi foi motivado pela declaração feita na véspera pelo secretário de Estado norte-americano Marco Rubio. Em audiência no Senado dos Estados Unidos, Rubio afirmou que existe “grande possibilidade” de que o governo de Donald Trump sancione o ministro Moraes com base na chamada Lei Magnitsky — legislação que permite sanções contra autoridades estrangeiras acusadas de violar direitos humanos ou corrupção. A proposta está “sob revisão”, segundo o republicano.
Rubio, aliado do presidente Trump, atua como uma das pontes entre a extrema direita brasileira e os setores mais radicais do Partido Republicano nos Estados Unidos. A tentativa de impor sanções a uma autoridade do Judiciário brasileiro representa, segundo juristas e parlamentares brasileiros, uma afronta sem precedentes à soberania nacional.
As ameaças ocorrem no momento em que Moraes conduz processos sensíveis envolvendo a tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023. Jair Bolsonaro, atualmente réu nesse inquérito, tem buscado apoio internacional para se defender e atacar o sistema judicial brasileiro. Desde o início de 2025, aliados próximos do ex-mandatário têm viajado aos Estados Unidos para estreitar relações com figuras ligadas ao trumpismo, consolidando uma agenda comum contra instituições democráticas.
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