“COP30 pode ser um símbolo importante de que o multilateralismo está vivo”, afirma CEO da conferência
Encontro no Ministério do Meio Ambiente reuniu lideranças de movimentos sociais ampliar participação popular na conferência
247 - Em mais um o rumo à construção participativa da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), a secretaria-executiva do evento promoveu, nesta quarta-feira (16), um encontro com representantes de diversos setores da sociedade civil no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em Brasília. A reunião contou com participação presencial e virtual de organizações indígenas, movimentos de mulheres, coletivos negros e entidades ambientais.
Durante o evento, a CEO da COP30, Ana Toni, apresentou os principais eixos do processo preparatório da conferência, que ocorrerá em Belém (PA) em 2025. Ela destacou o papel estratégico do Brasil como anfitrião e enfatizou o caráter plural da COP30. “É um processo que ainda está sendo delineado, mas serão eventos em diversas regiões do planeta, trazendo cientistas, artistas, lideranças religiosas, para a gente olhar alguns temas da negociação por essas outras linguagens”, afirmou Toni. Segundo ela, a conferência representa uma oportunidade de reafirmação do multilateralismo como ferramenta central no enfrentamento da crise climática:
“A gente espera e acredita que a COP30 pode ser sim um símbolo importante de que o multilateralismo está vivo e fortalecido, e que é o único caminho da gente lidar com a mudança do clima.”
A diplomata Liliam Chagas, diretora do Departamento de Clima do Ministério das Relações Exteriores e principal negociadora brasileira nas conferências do clima desde a COP28, reforçou a proposta do governo em realizar uma conferência inovadora e mais próxima da população. “O Brasil está se propondo a fazer uma COP diferente, uma COP multidimensional, com resultados e entregas além das tradicionais negociações multilaterais”, pontuou.
A escuta ativa da sociedade civil foi um dos pontos centrais da reunião. Iury Paulino, da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), destacou a necessidade de que a conferência deixe um legado de participação e organização popular.
“Ela precisa deixar um legado de participação, no Brasil sobretudo. Temos essa responsabilidade: um legado de organização da sociedade civil e de qualificação para os debates ambientais.”
Representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Tali Pires de Almeida ressaltou a importância de uma transição justa e democrática no combate à mudança climática. “Temos uma expectativa muito grande de que o governo brasileiro sinalize propostas de implementação de acordo com a importância do programa de trabalho da transição justa. Que seja uma COP com o princípio da defesa da democracia, algo muito caro mundo afora.”
O financiamento climático também entrou na pauta. Henrique Frota, diretor executivo da ABONG, sugeriu um alinhamento estratégico entre a COP30 e a 4ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, marcada para junho, na Espanha.
“Acho que a rota para Belém a por Sevilha. Uma semana depois de Bonn, na Alemanha, teremos esta conferência. É inevitável discutirmos lá também o financiamento climático. Sugiro uma rota Baku-Sevilha-Belém.”
Além das falas destacadas, participaram do encontro organizações como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Grupo de Institutos Fundações e Empresas (GIFE), o Observatório do Clima (OC) e o Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (FBOMS).
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